quarta-feira, 31 de outubro de 2012

terça-feira, 30 de outubro de 2012

SERÁ QUE CUMPRIR-SE-ÃO AS ESCROTURAS?

Eu imagino que um profeta deve sair fazendo profecias a esmo, seus discípulos só escrevem as que ele acerta, aí vira escritura.
Nos cenários (nome contemporâneo de profecia) que tracei, para a era pós-ducioMerde, alguns podem ser alçadas à suprema categoria de escritura. Como não tenho discípulos, eu mesmo os elevo.

Assim falou Flaviotrusta:

O problema do Zenaldo (vencer) é que o Pará se apresentaria como uma terra propícia à multiplicação do tucannus biccus longus, já praticamente extinto em alguns estados brasileiros. Aqui, graças ao desastrado governo do PT, eles têm crescido e se multiplidado. Com os tucanos no governo do Estado, na prefeitura da capital e em Ananindeua, o segundo colégio eleitoral do estado, Brasília nos reservaria um especialíssimo tratamento com pão dormido e água sem gelo.(agora direi choca)

No cenário da Região Metropolitana de Belém a visão profética foi míope, não alcançou Marituba.
(Situação privilegiada para o governador liderar entre os seus partidários - finalmente - um Plano de Ação Metropolitano, permitindo aos que habitarem essas plagas daqui há 30-40 anos, tenham alguma qualidade de vida.)

Na segunda parte, a bola de cristal falhou (em parte, pois não há profecia que se cumpra integralmente ou ao mesmo tempo, afinal o que são anos diante da eternidade). O Batman aliviou o couro do nosso homem de Brasília. Agora não mais com-mensa-leiro, ressuscitado à condição de companheiro Paulo Rocha terá cada vez mais visibilidade e mobilidade.
Nesse caso Brasilia, para compensar, aumentará, ainda mais, o poder do governo paralelo de Dom Paulo de Orleans Rocha, Governador Geral e Senhor Plenipotenciário das Obras de Belo Monte.

Mais o cerne do problema é Belem. Depois de Santarém, Ananindeua, Marituba, Parauaebas, a conquista da capital incomodou muita gente: do PMDB que sempre foi Edmilson desde pequenininho, por isso não apoiou assim taaaanto o Priante e ao Planalto.

Assim, justifca-se a versão que não foi o PSOL a pedir apoio ao PT no segunfo turno, foi o PT que ofereceu sem pedir nada em troca. O que se materializou nos outdoors e nas declarações de Dilma e Lula, que tanta polêmica já causaram.
O PT sabe que o PSOL não pode aliviar nem uma virgula dos seus discurso e denúncias.
O PSOL sabe que se aliviar, perde a razão de ser, vira um PCdoB (que tem nome de pitbull e comportamento de poodle).

PT não pede que o PSOL abrande os adjetivos, ou deixe de tratar questões substantivas, só quer evitar que aqui se forme um ninhal, ou para sermos sofisticados como requer a exótica ave, um banco genético de revoem ordas tucanas em outras direções.
Talvez nos palácios de BSB algum milenarista relembre a famosa advertência veterotestamentária: "E tu, Belém, terra de Judá, de modo nenhum és a menor entre as principais cidades de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de apascentar o meu povo de Israel."
E ao contemplarem a figura de Simão Jatene, com suas temporas socráticas como as de Wladmir Ulianov Lenin, imaginam que ele possa a partir do Parauaçu comandar uma reINvoluçãoo e levar o Brasil de volta aos tristes tempos neo-libs, das privas e de andar com os os fundos submissos aos Bankus.

Mas por vias das dúvidas o massagre dos inocentes já começou.
Lamentávelmente, e digo isso com tristeza pois não escondo de ninguém que votei em Dilma e Jatene, o governo do Pará não recebe tratamento Republicano do Planalto e as dificuldades, agora, parece que serão ainda maiores, porque fez aquilo que em política é obrigatório: VENCER.

P.S.: Vossas Mercês não acham que esta figura bíblica pintada por Rafael não guarda uma certa parecencia com o Simão? Vejam os olhos. Será que não é por isso que os Rasputins do Alvorada temem que ele seja o "Guia que há de apascentar o povo de Israel."

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

TÁ LÁ UM CORPO ESTENDIDO NO LIXÃO





QUE NEM O TRIBUNAL DE CONTAS, O MINISTÉRIO PÚBLICO OS VERMES SE LHE COMPADEÇAM E A TERRA LHE PESSE COMO CHUMBO.
HOMENAGEM AO JUVÊNCIO ARRUDA CÂMARA QUE SE NÃO TIVESSE DEIXADO DE EXISTIR VOLTARIA A CHAMAR BELÉM DE BELÉM.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

LÁ VEM A ONDA VERMELHA AÍ GENTE

É a onda em Belém?

Não!

É a onda em São Paulo?

Não!

Foi uma onda vermelha no México, protestando contra a fraude nas eleições presidenciais.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

E SEGUE O DUELO ENTRE O POSTE E A MALA NAS RUAS DE SP

E se o MALA MELAr e na bruta quiser levar?
Ah, pera aí não aMOLA, isso já e coisa de MULA.

O POSTE E A MALA

Se eu quiser eu elejo até um poste!
Este é a gloria máxima a que pode se permitir um político.
Alguns postes famosos.
Ladies frist, ela: Dilma Roussef, quem a conhecia um ano antes da eleição?
Jatene eleito por Almir.
Pita por Maluf.
Um poste que não coseguiu ser fincado, o Moreno na prefeitura de Belém: Conto com você, conte comigo.

Mas o poste do ano é o Haddad que também está sendo cimentado pelo mesmo operário que inventou a "presidenta".

E ainda disseram que ele tinha errado no traço da massa, que tinha usado um cimento ordinário. Teve gente se rebarbando, pulando fora.

Tá certo, o operário é bom de fincar poste, mas também o "adeversaro" é uMA MAla.

Ou será um baú cheio até aqui de mágoa.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

A VERDADEIRA HISTÓRIA DE ANIVALE WELLATON E DE SEU PADRINHO GIRINO DE FRENTE E DE LADO

Eleição majoritária o Dudussaura Safadissimus nunca venceu nenhuma de forma afirmativa, sempre vence na base do menos pior.
Em 2000 se elegeu "Senador do Governador" por duas razões, o voto urbano independente não queria Elcione Barbalho entendendo que significaria a volta por cima do ex-marido "renunciado" para não ser cassado e votou no "huno" (cf. Bemerguy, Paulo). E o PT que não cumpriu o acordado com o PMDB. Enquanto os eleitores de Elcione descaregavam em Ana Júlia os de AJ só votavam na petista, resultado, Dudu Senador, não por seus méritos.

Quando se elegeu prefeito pela primeira vez, os fatores que contribuíram para sua eleição foram, o desgaste de 8 anos de uma administração errática do PT e um governo do PSDB com uma bem avaliada administração Almir que havia eleito seu sucessor. Mas uma vez, o nosso macunaíma tracuatense não se elegeu graças ao seu carisma pessoal, foram sempre as circuntâncias, foi sempre o homem errado no lugar certo, na hora certa.

Na reeleição, já desgastado, por tentar se tornar independente de seus pais terrenos Almir+Jatene e obter bençãos de Papai Luis InaCÉU. Durante essa tranfusão de DNA, enquanto não era nem carne vermelha nem tucano amarelo, ele correu perigo, encontrou um Priante em surpriendente ascenção, vigoroso e cheio de gás. As primeiras pesquisas apontavam a vitória do PMDBista e aí mais uma vez o fantasma do Barbalhão voltou a assustar e Ana Júlia o acudiu com generosas toneladas de asfalto.

Foi o medo do Barbaho e o providencial asfalto vermelho abençoado pelo Papai Lulalá que cortaram o cordão umbilical com o PSDB e, mais uma vez garantiram sua reeleição e não carisma e liderança pessoal.

Mas não há Nasciso que, mesmo com cara de filho de boto, não se veja, uma escultura de Fídias, ou baixando ao seu nível, um artista da Globo. Daí imaginar-se semi-deus com aspiração ao Olimpo. Foi o que aconteceu ao nosso "erói", aquela estatura entanguida refletida nas águas fétidas da vala da Estrada Nova pareceu-lhe ser um Cavaleiro de Jedib. Pareceu-lhe não, era um Cavaleiro de Jedi refletido na podridão da vala, assim belo e luminoso.

EU TENHO A FORÇA!!!

Gritou, e deu um chute no octogenário trazeiro de seu primeiro pai. Também não quis conversa com seu outro pai.

Esqueceu o calorososo seio de alfalto que o aqueceu em sua reeleição.

Pensou: Eu sou imortal, tenho o corpo fechado, ninguém vai deter a irresistível ascensão do boto Duciomar, e meu reino não terá fim, a prova de minha força é que vou eleger meu sucessor um poste.

ESTE É O MEU CANDIDATO,
ESTÁ PRATICAMENTE ELEITO:

O candidato era o Anivale Poste Wellaton!!!!

Mas Safadissimus espertissimo como é, logo percebeu que seu poste não empinava nem tonificado com doses cavalares de pílulas azuis.

Mudou de plano,
A campanha não seria do Anivale Wellaton para prefeito de Belém, transformado em mero coadjuvante.
A campanha passou a ser a do Dudusauro Safadissimo para governador, não, ele conhece o tamanho de sua pernas, enfrentar o Jatene na reeleção, ele não é besta.
A CAMPANHA ERA DO DUDUSAURO PRO SENADO.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

BELÉM ENTRE AS 10 CIDADES MAIS MORTAIS DO PLANETA: AÍ NÓIS TÁ

Matéria publicada no PÚBLICO de hoje 23/10/2012 em Portugal.

SENHORES CANDIDATOS, O PROBLEMA É NACIONAL, MAS É PRECISO DISCUTIR A QUESTÃO, NOS DIAS QUE RESTAM DA CAMPANHA, CONSIDERANDO ESSE NÍVEL DE GRAVIDADE.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

BOA MORTE AMIGO SERRA!

Este parece ser o desejo da maioria do PSDB.

Livrar-se do vampiro arrogante é talvez a única forma do partido se reciclar, ou voltar pelo menos para o seu antigo leito de centro-esquerda, deslocado para o centro-direita por insistência do dito cujo, e também, é claro, de seu mui-amigo Geraldo Picolé-de-Xuxú Ao Quinino

Com o desmoronamento de Serra, se eles tiverem ouvidos para o FHC, ainda sem dúvida o melhor quadro do partido, poderão ser um PFL-DEM de mais longo curso, ou até, quem sabe, um PMDB, partido nacional incapaz de aspirar a presidência.

INGRATOS !!!!

P.S.: Ontem uma mesa pesebista, ao lado da minha, no restaurante, se lamuriava: este Serra é um pé-frio, não leva uma.

domingo, 21 de outubro de 2012

MOSQUEIRO TEM FUTURO?

Quem tenta responder esta pergunta é o professor da UFPA Eduardo Brandão que de tanto amar a ilha, que Belém insiste em não merecer, resolveu morar lá para melhor pensar estratégias de salvar o que ainda resta daquele pequeno pedaço de paraiso.
Escreveu este texto e oferece à consideração de Edmilson Rodrigues e Zelnaldo Coutinho (se o critério for ordem alfabética, ou Zenaldo e Edmilson se o critério for preferencia nas pesquisa pré-eleitorais) os dois candidatos à prefeitura de Belém.
O blog aceitou a missão de lançar no ciberespaço esperando que a rede leve até eles.

O Futuro que se anuncia para Mosqueiro

Há cerca de dois anos publiquei artigo dissertando porque os anos de 2011 e 2012 precisavam passar rápido em Mosqueiro. Infelizmente o que previa aconteceu foram muitas as omissões e os equívocos cometidos pela administração municipal. Neste momento não adianta mais lamentar o que passou, o atual prefeito está encerrando seu mandato e não deixa saudades. Felizmente ele se vai e já vai tarde. Agora nossas atenções se voltam para aqueles que querem assumir o mais alto posto do município.

Todos que convivem comigo sabem do meu compromisso. Com a aproximação do segundo turno das eleições municipais resolvi compartilhar algumas questões que me parecem fundamentais para um futuro melhor em Mosqueiro e para quem está comprometido com esse belo arquipélago. Estou cansado de ouvir propostas demagógicas que não serão cumpridas, está na hora dos políticos considerarem as propostas apresentadas por aquelas pessoas que conhecem a realidade e não estão dispostas a trocar apoio por favores pessoais. Assim sendo, ofereço minha colaboração para os candidatos que aí estão com as seguintes propostas.

A elaboração de um Plano de Gestão Integrada para a Orla de Mosqueiro, prevendo a sua revitalização e evitando a sua privatização é uma questão estratégica. A orla praiana de Mosqueiro que se estende do Areão até a Baía do Sol se apresenta até o dia de hoje como o grande atrativo aos seus visitantes, entretanto, os múltiplos interesses pelo uso e ocupação desse território vem ocasionando grandes impactos ambientais e um processo de privatização de áreas consideradas por nossa Constituição Federal “bens de uso comum de todos”. A elaboração desse Plano, que deverá compatibilizar as políticas ambiental, patrimonial e urbanística, é necessária e urgente para permitir que a mesma continue bela, com acesso a todos e ampliada a possibilidade de geração de emprego e renda para a população local. É na orla que encontramos um belo e importante conjunto de imóveis que precisam de política pública adequada para evitar a sua destruição.

Grande parte dos resíduos sólidos coletados em Mosqueiro poderia ser processada na própria ilha, reduzindo o volume de lixo que é transportado para o Aurá e gerando renda para cooperativas de moradores com a venda de adubo orgânico para diversas finalidades (horta, praças e particulares), isso pode ser viabilizado com a construção de uma Usina de Compostagem em Mosqueiro.

O Distrito de Mosqueiro reúne um grande número de grupos culturais que lutam por espaço para exibir o seu trabalho, também existem eventos que deixam de se realizar em Mosqueiro por falta de espaço adequado. Hoje, quando esses eventos ocorrem, terminam promovendo tumultos no trânsito, impactos ambientais (poluição sonora) ou a desvalorização do trabalho apresentado. Nossa proposta é a construção de Arena Multiuso no bairro do aeroporto que apresenta área disponível e apropriada.

Mosqueiro tem sua economia centrada no turismo conhecido como veraneio que ocorre em períodos específicos do ano provocando uma forte demanda sazonal. O turismo de eventos, responsáveis com desenvolvimento local, pode ajudar a combater essa forte variação de demanda. Está na hora da prefeitura e iniciativa privada fomentarem eventos fora da alta temporada e garantir a sustentabilidade dos empreendimentos locais.

Recuperar os sistemas de tratamento de esgoto que consumiram alguns milhões de reais e o Duciomar deixou sucateados é fundamental para garantir a balneabilidade de nossas praias e a saúde de nossos rios. É inadmissível que milhões de reais investidos dos cofres públicos fiquem enterrados sem que os gestores façam qualquer coisa para recuperar esses sistemas. Muito pelo contrário, os atuais se encarregaram de abandoná-los completamente e passaram a jogar seus resíduos diretamente na praia e em alguns córregos. Caso eles estivessem funcionando, Mosqueiro teria cerca de 70% de seus imóveis cobertos por tratamento de esgoto.

Estudos mostram que os impactos ambientais provocados pela atividade mineral de exploração de areia realizada em ilhas de formação sedimentar são desastrosos. Por esse motivo o Plano Diretor de Belém apontou áreas que precisam ser preservadas. Neste sentido é necessário rever as licenças dos areais que hoje operam nessas áreas.

Embora seja do conhecimento de poucos, existem famílias reconhecidamente classificadas como “populações tradicionais” que souberam através de uma relação simbiótica com a natureza preservar aqueles ambientes e fizeram com que o Plano Diretor indicasse a criação de Reserva Extrativista. Para tal, se faz necessário a criação desta Reserva, localizada entre os rios Mari Mari e Pratiquara e a regularização fundiária dessas famílias. Esse mecanismo garantirá a possibilidade de reprodução dessas populações proporcionando a elas melhores condições de vida e evitando a invasão dessas áreas por grupos de especuladores.

No âmbito da Saúde precisamos estar atentos para a necessidade de construir e dar condições plenas de funcionamento para Unidades de Pronto Atendimento na Vila, no Carananduba e na Baía do Sol. Na educação devemos manter e ampliar as unidades escolares existentes na zona rural. Aliás, a educação é o único setor da atual administração que consigo identificar avanços na região das ilhas.

Para finalizar, devemos reconhecer que o Distrito de Mosqueiro, assim como o de Icoaraci e o de Outeiro, são Distritos diferenciados dos demais, com lógicas e características próprias, por isso se faz necessário uma estrutura de gestão capaz de atender adequadamente suas demandas. Assim sendo está na hora transformar a Agência Distrital em uma Subprefeitura dotando-a de orçamento próprio e estrutura operacional capaz de garantir os serviços básicos ao longo de todo o ano e não somente nas férias e feriados prolongados

Espero com isso estar colaborando com ideias que venham promover o desenvolvimento sustentável de Mosqueiro.

Mosqueiro, 13 de outubro de 2012

Eduardo Jorge Cardoso Brandão
Professor da UFPA e morador de Mosqueiro
ebrandao@ufpa.br

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

O MEU FINAL DE AVENIDA BRASIL ERA MELHOR

O maior duelo jamais visto na TV brasileira, vai ter um final feliz.

POR FAVOR ENTENDA,

Eu te amo!

Você é a mulher da minha vida!

E fugiram em um jatinho para uma ilha no Pacífico, onde tiveram filhos e netos e foram muito felizes.

A UFPA ORGULHOSAMENTE APRESENTA: UFPA2.0

Começou a circular experimentalmente o Blog UFPA 2.0.
Começamos publicando videos da Coleção Paul Albuquerque e Moraes Rego, mas gradativamente outros conteúdos serão também aceitos: fotos, textos, apresentações tipo power-point, livros esgotados scaneados, artigos científicos.
As regras de funcionamento serão divulgadas no próprio blog do projeto.

Mas vamos deixar de conversa fiada clic no linque e comece a passear.
http://ufpadoispontozero.wordpress.com/

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

AINDA SOBRE CYRIOS ALEGRES

“Quando a berlinda de Nossa Senhora se aproxima o povo corre para as calçadas. Passam extensas filas de homens abraçados uns com os outros, em bamboleios, gingando, suarentos e bebidos. Vão descalços, como a maior parte dos devotos. Uns com promessas, muitos por prazer. A multidão puxa a berlinda. Numa promiscuidade e num atabalhoamento, que só a fé justifica. Todos se prosternam. As irmandades continuam rezando, distribuídos em alas. Tão extenso é o Círio que não será exagero em calcular em mais de um quilômetro a distância que medeia de uma outra extremidade do préstito”.

Ernesto Cruz - Belém, aspectos geo-sociais do município (1945)

Vou analisar alguns exertos do texto:
Passam extensas filas de homens abraçados uns com os outros, em bamboleios, gingando, suarentos e bebidos.
Pelo que me parece Ernesto Cruz descreve a Marujada que segundo outros relatos era um dos espetáculos mais imprecionantes do Círio. Tradicional padroeira dos homens do mar, estes compareciam em peso à festa e sempre em torno das simulações de barcos, ou mesmo canoas que portavam à cabeça e animados por bebidas que possuem espírito simulavam com "bamboleios e gingados" o movimento das águas revoltas.
Na imagem acima é possivel ver um destes barcos cercados de homens vestidos de marinheiros, é uma versão lite daquela "barbara" descrita por Cruz, que foram logo sumariamente exterminados pelas reformas de D. Irineu Jofily.

Vão descalços, como a maior parte dos devotos.
O habito de acompanhar descalço parece cada vez mais restrito apenas aos puxadores da corda.

Uns com promessas, muitos por prazer.
Atenção: UNS por promessa; MUITOS POR PRAZER. Veja-se aí acentuada a dimensão da FESTA, DO ÓCIO, POR ALEGRIA, POR MERO PRAZER.
Prazer de encontrar sua identidade como um conjunto de pessoas que tem algo em comum, alguma coisa que os une, que compartilham.

Numa promiscuidade e num atabalhoamento, que só a fé justifica.
Esse dai eu confesso que não entendi.
Fé justificando a promiscuidade?

Oba!!!!
Homens de muita fé vamos todos para o Bataclã!!!

Esta preciosidade esta no Blog Fragmentos de Belém do Geologo Igor Lima que além de procurar petróleo no fundo do mar encontra raridades incríveis nas camadas profundas da internet, vale apena passar por aqui.

domingo, 14 de outubro de 2012

VELHOS ALEGRES CYRIOS

O Círio volta a passar, cortado, amputado, dilacerado, hoje do Círio quase sempre se destacam a dor, o sacrifício, o sofrimento dos promesseiros.
Mais nem sempre foi assim, até que a imprensa urubu, que só se interessa por tragédia, morte, sofrimento e destruição, para manter as pessoas em estado de sítio mental, passasse a contruí-lo desta forma.
O Cyrio era uma festa, alegria, encontro de um povo com sua identidade, com seu DNA mitocondrial, aquele que herdamos de nossa mãe, onde, portanto, éramos todos irmãos e festejavamos e bebíamos e comíamos e dançamos a marujada, afinal a Virgem de Nazaré foi sempre protetora dos navegadores. Vasco da Gama, antes de sua transviagem que girou o cabo das Tormentas e torno-o da Boa Esperança, foi à Nazaré pedir boa viagem.

Eu sempre vi o Círio como festa, era uma festa na casa do meu avô, a chegada da corda era anunciada: "lá vem ela" e iam todos às janela. As mulheres com terço, minha bisavó colocava até a mantilha, os homens com copos de cerveja ou de uisque.
Passavam as autoridades acenando, os bispos rezando e depois triunfante belaberlinda flutuando, navegando levíssima naquela espuma de gentes.
Na corda os promesseiros gritavam animados pelos dobrados das bandas que sempre tocavam o "lírio mimoso", algazarra, alegria, êxtase que explodia em palmas. Uma prima de mamãe, com voz de soprano puxava um "Viva Nossa Senhora de Nazaré" em tom agudíssimo que superava aquela barulhança e paralisava todos:

VIVA!!!

Ela prosseguia:
VIVA A MÃE DOS PARAENSES!
Eram menos a responder, o apito do delegado Orlando Souza fazia girar a roda da arrebatadoura-arrebentação.
As mulheres ainda choravam, os homens giravam a cascavel de gelo no copo do uisque Cavalo Branco.
As crianças disparavam a brincar com seus brinquedos de miriti.
Meu avô pedia um uisque, só bebia depois que a santa passasse.

Tempos depois começaram a maldar, dizer que aquela alegria do pessoal da corda mão era vera. Era da parte do demo. Era orgia provocada pela "mardita de Abaeté" que dos fundos das canoas paradas no Ver-o-Peso subia até as cabeças por canecos de alumínio e potes de barro e a seu modo cumpriam o conselho bíblico de dar de beber a quem tem sede. Aquela água milagrosa saciava a sede dos espíritos com exuberante alegria e reconfortava os corpos.

Quando tudo isso quedou-se quebrado com os potes de barro e finou-se esta alegria primeva, insubordinada, indígena.

Foi então inventado o promesseiro sofredor, o coitadinho.

Quem já viu alguém sair do médico com o parecer: "vocês está curado, leve vida normal" pagar a consulta chorando de tristeza?
Só se for de emoção, alegria.

Quem, vivendo anos pagando leoninos juros bancários, no dia que se liberta deles, sofre profunda depressão?

O sentimento do promesseiro que acredita ter recebido um milagre é de alegria.
Pagar a dívida-promessa é um ato de dignidade, de altivez, se for difícil, heróico.
O desafio do promesseiro é o mesmo do atleta: chegar, vencer, cumprir sua promessa.
Por que nós tratamos os atletas com adimiração, e os promesseiros da corda com piedade?
Por que dos atletas se valoriza mais os sorrisos e a comemoração da vitória do que as dores, sem as quais não se vence?
Por que vemos atletas como heróis, apesar de sofrerem tanto, de levarem vida espartana enquanto os promesseiros tratamos como coitadinhos?
Se eles estão alí é porque acreditam que venceram, que conquistaram uma graça por intercessão da Senhora de Nazaré e vêm publicamente manifestar, pagar sua dívida, sua promessa feita por livre e expontânea vontade.

Infeliz, coitadinho sou eu e tantos de nós que fizemos promessas para ganhar sozinhos a mega-sena acumulada e não fomos atendidos.

José Verríssimo um dos homens mais lúcidos que nasceu nesta terra achava o Círio bárbaro, grotesco, defendia que "para honra e glória de nossa civilização o Círio deveria ser extinto".
Por outros caminhos o círio de hoje é mais "civilizado", menos "bárbaro", do que Verissimo condenou, agora movido a água benta em vez de cachaça.
Mas nesta contenda eu fico com Oswald de Andrade no Manifesto Pau Brasil:
BÁRBARO E NOSSO.

P.S.: Depois do promesseiro-coitadinho surgiu o promesseiro-espetáculo, aquele que faz de tudo, até sofrer, para ser flagrado palas cameras de tv.

Obs: reconheço que o texto está reducionista, o objetivo é enfatizar que o "promesseiro sofredor" é uma construção recente da mídia, possivelmente quando o Círio começa a ser transmitido pela tv. Antes a dimensão da festa, da alegria,predominava.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A MAIS ANTIGA IMAGEM DO CÍRIO

Foi publicada na Revista Puraqué em 1878. Foi no primeiro Círio Civil, realizado sem a autorização do Bispo Dom Antônio de Macedo Costa. A esquerda e abaixo frades dão vaia e botam língua para a procissão. Todos os elementos que contituem o Cirio já podem ser observados: carro dos anjos, carro de Dom Fuas Roupinho, escaler do brigue São João Batista, Berlinda, no centro da gravura, ainda sem a corda.

O antigo carro dos foguetes abolido por "questões de segurança" apesar de nunca ter causado nenhum acidente vem na frente ostentando a bandeira do Império do Brasil. Logo atrás, figura também abolida no de Belém, mas ainda presente no da Vigia, o "Anjo do Brasil" carrega um estandarte.

O micro-filme desta imagem encontra-se no Acervo Vicente Salles da UFPA que foi por mim selecionada quando contratado pelo IPHAN para pesquisar a Iconografia do Círio para o processo de declará-lo Patrimônio da Cultura Brasileira.

Na ocasião li anúncios de fotógrafos anunciandio fotos do Círio deste mesmo ano, seriam o primeiros registros fotográficos do Círio, anda no sec. 19.
Fica o desafio para o Igor do Fragmentos de Belém.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

BIBLIOTECA ANNUNCIADA COMEÇA A SER TRATADA

Depois de anos de espera a Biblioteca Maria Annunciada Chaves começou a ser

Desencaixotada....

Os livros estão sendo higienizados e saparados,

Trabalho silencioso e paciente....

Depois será a vez da Biblioteca Max Martins.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

UMA FRASE BASTOU....

Tem pessoas que para ganhar notoriedade, serem citadas, precisam consumir florestas inteiras de celulose, rios de tinta, anos de exposição.
Sorte teve o Ministro Eduardo Portela com a sua famosa: eu não sou ministro, estou ministro.

Hoje não há quem ocupe cargo transitório que não seja pelo menos tentado, se um mínimo fiapo de humildade restar-lhe, de se apresentar como estando do que como sendo, seja lá o que for. Mesmo que a autoria da frase já tenha se perdido na noite dos tempos.

Mas Portela lembrou-nos a diferença entre o ser e o estar e nos parece tão simples.
Porém nem Shakespeare, nem Blake, nem Eliot, nem James Joyces, nem Oscar Wilde, ou Walt Whitman ou Edgar Alan Poe, se juntassem todas as suas genialidades, nunca seriam capazes de traduzir esta condição para o inglês.
O verbo to be tanto pode significar ser como estar. Era como se ele tivesse dito : Eu nao sou ministro, eu sou ministro.

Mas agora aqui entre nós, ele sempre pintou o cabelo. Mesmo quando novo com o famoso asa de graúna.

Ou discursado na Academia, como dublê do meu amigo Edison Roffe, usando a famosa fórmula "cacu" (cajú e cobre), bem mais nobre.