domingo, 30 de setembro de 2012

A BOMBA de NETANIARRO, BLOGUEIROS TIRAM SARRO

A encenação ridícula do PM de Israel Benjamin Netanyahu foi vista como encenação ridícula por blogs e no Face de israelenses.

Bibi, como é conhecido, faz papel ridículo....

Vale tudo para acender o pavio da próxima guerra.

Tudo é folclore, diz Pernalonga

Vendedor de batatinha fritas explica que aqui acabam as batatas e começa o ar.

Tecnico de futebol prepara um plano de ataque!

Comparado com o personagem Coiote.

Mais aqui.

sábado, 29 de setembro de 2012

OS EPITÁFIOS DE BOCAGE

Para quem não sabe, epitáfio é: Inscrição feita em lápide, em pedra tumular, confira no iDicionário Aulete
Tem gente que ainda em vida escreve uma mensagem que sintetise sua vida.

São famosos os que o poeta Manuel Maria Barbosa du Bocage deixou entre seus poemas.

"Aqui dorme Bocage, o putanheiro;
Passou vida folgada, e milagrosa;
Comeu, bebeu, fodeu sem ter dinheiro".

Quem quiser ler todo o soneto aqui.

Ou esta outra versão, mais calma.

“Já Bocage não sou!…
À cova escura
Meu estro vai parar desfeito em vento…
Eu aos céus ultrajei! O meu tormento
Leve me torne sempre a terra dura.

De fato passou vida folgada e milagrosa frequentado os Cafés da Baixa de Lisboa é famoso este episódio acontecido quando saía do famoso Café Nicola, hoje uma rede espalhada nas prinipais cidades de Portugal, conta-se que barrado por um policial que lhe perguntou:
Quem és, de onde vens e para onde vás?
Ao que respondeu:
"Eu sou o poeta Manuel Maria du Bocage
Venho do Café Nicola
Vou p’ro outro mundo
Se me disparas a pistola”.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

DESCENDENTES DE ALEMÃES EXIGEM COTA DE 2%

Rola na rede.

À "presidenta" Dilma Roussef,

Como minoria segregada no Brasil, nós, descendentes de alemães, solicitamos providências do governo federal para sermos igualados aos negros, perdão, afrodescendentes, no que tange aos direitos dos cidadãos. Para tanto, pacificamente reivindicamos seja aprovada Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que contemple os seguintes pontos:

01 - Fica estabelecida a cota de 2% para alemães e seus descendentes nas universidades públicas brasileiras.
02 - Fica proibido chamar descendentes de alemães, ucranianos, holandeses e outros europeus de polaco.
03 - Fica proibido chamar um indivíduo de "alemão", pois o termo é pejorativo e denigre a imagem deste como ser humano.

04 - Fica estabelecido que os descendentes de alemães devem sem chamados de "germanodescendentes"; chamá-los de alemão passa a ser considerado crime de racismo inafiançável - a despeito do fato de a raça humana ser uma só.
06 - Igualmente deve ser considerado crime de racismo o uso das expressões "alemão", "alemãozinho", "alemoa", "alemoazinha", bicho de goiaba, etc, para se referir aos germanodescendentes.
07 - Fica proibido o uso de expressões de cunho pejorativo associadas aos descendentes de alemães. Ex: "Coisa de alemão!", "Só podia ser alemão", " alemão batata", " comedor de chucrute", "português que sabe matemática", etc.
08 - Fica estabelecido o dia 25 de julho o "Dia Nacional da Consciência Germânica", com feriado nacional.
09 - Fica estabelecido o dia 25 de novembro o "Dia Nacional do Orgulho Alemão?, com feriado nacional , mesmo que não se possa chamar alemão de alemão.
10 - Fica criada a Subsecretaria Especial de Políticas para Promoção da Igualdade Alemã, subordinada à Secretaria Especial de Políticas para Promoção da Igualdade Racial.
11 - Fica estabelecido o prazo de 2 anos para a Subsecretaria Especial de Políticas para Promoção da Igualdade Alemã virar Ministério dos Alemães, juntando-se aos outros 38 ministérios brasileiros, mesmo que não possa chamar alemão de alemão.
12 - Fica proibida qualquer atitude de segregação aos descendentes de alemães, as quais os caracterizem com inferiores a outros seres humanos.
13 - Fica restrita ao governo brasileiro a pressuposição de que os alemães são inferiores, estabelecendo as cotas, restrições associativas, nominativas e sanções para as mesmas.
14 - Passa a ser crime de "germanofobia" qualquer agressão deliberada contra um descendente de alemães, mesmo que não possa chamar alemão de alemão.
15 - Toda criança que usar a expressão "alemão batata come queijo com barata" estará cometendo bullying e deve ser encaminhada para tratamento psicológico.
16 - Em caso de um negão chamar um alemão de alemão, este adquire o direito de chamar o negão de negão sem aplicação das sanções já previstas em lei.
17 - Ficam estabelecidos como Centros Nacionais da Cultura Alemã o bairro Buraco do Raio, em Ivoti/RS, a zona central de Blumenau/SC e o
bairro Drei Parrulho, em Santa Cruz do Sul.

Brasília, 18 de maio de 2012.

PS: Caso italianos, portugueses, espanhois, sirio-libaneses, japoneses, bolivianos, paraguaios, poloneses e tantos outros também se unificarem em projetos similares, haverá dificuldades para aqueles que fazem questão de ser apenas brasileiros conseguir vagas em universidades e direitos especiais. Danem-se! T´ou nem aí!!!

Repasso mas digo o que acho:
Creio que "Ridendo castigat mores"
Podem dizer que é piada sem graça.
Podem dizer que é absurdo
Levando uma função ao limite, como fazem os matemáticos, é que se avalia o desempenho dela.
Aqui levando uma ideia ao absurdo vê-se a fragilidade dela.

Sou defensor das cotas para alunos que fizeram toda a sua formação Básica e Média na Escola Pública e vejo diariamente o quanto esta política inclusiva foi acertada. Convivo diariamente com bolsistas de trabalho ou de pesquisa, quase 100% cotistas e testemunho o alto grau de responsabilidade, profissionalismo, dedicação e competência, são eles que hoje, praticamente levam o barco da administração da UFPA.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

TOLERÂNCIA ZERO

É assim que os fumantes são tratados no Japão e em alguna países da Europa, quer fumar, tudo bem, mas tem que se isolar de tudo e de todos, ficar confinado em uma câmara hémeticamente fechada e exposta ao olhar dos outros como bicho estranho.

domingo, 23 de setembro de 2012

Barbosa para presidentee, Palácios para profeta

Como estamos sempre esperando por um Salvador da Pátria (Dom Pedro I, Getúlio Vargas, Prestes, Jango, os Militares, Lula...) agora já estão lançando a candidatura de Joaquim Barbosa a Presidente da República e Salvador da Pátria.

Esta é a prova maior de que, quando queremos, tudo podemos.
Um Grande exemplo de dignidade e honradez.
Ex faxineiro...ele limpava banheiros no TRE do DF.
Filho de uma dona-de-Casa e de um pedreiro...
Dividia o tempo entre OS bancos escolares e a faxina no
TRE do Distrito Federal.
Apaixonado por línguas. Um dia, o mineiro, na certeza
DA solidão, cantava uma canção em inglês enquanto limpava o
Banheiro do TRE. Naquele momento, um diretor do tribunal
Entrou e achou curioso uma pessoa DA faxina ter fluência
Em outro idioma.
A estranheza se transformou em admiração e, na prática, abriu caminho
Para outras funções. É fluente em francês, inglês, alemão e
Espanhol.
Formou-se em Direito pela UNB, sendo a época o único
Negro DA faculdade. Passou nos concursos de: Oficial DA Chancelaria,
Advogado do Serviço Federal, Procurador DA República,
Professor DA Universidade do Rio de Janeiro. Ah, ele
Toca piano e violino desde OS 16 anos de idade. Então,
tá!


Certamente entrou na faculdade por mérito próprio, não precisou utilizar das cotas para negros.

Totalmente clonado de um email do Marcos Palácios, meu gurú do ciberespaço.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

VIAGEM AO INTERIOR DA CAPELA POMBO

Com autorização do atual proprietário Augusto Pombo um grupo de professores e alunos da UFPA entrou na Capela do Senhor dos Passos e documentou o estado em que ela se encontra.

Vamos abrir a porta e revelar as maravilhas que alí agonizam.

Entre conosco.

O altar-mor tem toda a força de Landi

O coro esta muito deteriorado.

Outro detalhe do forro.

Infiltrações nas paredes laterais.

O magnífico estuque que encima o altar-mor.

A rua vista de dentro da capela.

Raizes de apuizeiros descem do telhado e criam lúgubres rendados.

O tempo, as intempéries, o desgaste da matéria não conseguem destituir a soberba do traço de Landi.

Os poucos farrapos de luz escorregam pelos corroídos muros de pedra e cal para alegria da persistente beleza.

Mas esta necropoesia, esta misteriosa beleza do abandono, da decadência, da morte futuro da vida, vai acabar.
A Capela do Senhor dos Passos renascerá e perfumará de inigualável claridade a podridão do coração desta cidade que pretendia homenagear a pátria do fundador do ocidente.

Fotos de Maíra Martins

terça-feira, 18 de setembro de 2012

PARÁ E AMAZONAS: COMO VAI ACABAR ESTA PELEJA?

Eles ganhara a sede da Copa, vão poder assistir tomando cerveja na arquibancada, clássicos como: Honduras x Coréia do Norte ou Gana x Nova Zelândia.

Agora querem confundir o mundo. NÓS somos os inventores do açaí, afinal dizem as escrituras:
Quem vem ao Pará parou
Tomou açaí ficou.

Não conheço versão apócrifa, mesmo que falsificada na Zona Fraca que diga:
Quem vem ao Amazonas ajoelhou
Tomou açaí atracou.
(de popa)

Agora os pretenciosos estão espalhando por aí que nos superaram na fabricação da máquina de bater açaí.
Já dissera o EngoleCobra [EnC] o mais complexo engenho jamais concebido nestas plagas, desde o balão de Júlio Cezar Ribeiro de Souza.

A nossa:
Inculta e bela
Tem o tom e o silvo da procela.

Enquanto a máquina deles, aqui.
É de papel crepon e lata e verdes da cor dos olhos da mulata.

Na deles o açaí sai assim:

Da nossa assim:

Dizem que a deles só precisa um homem para operá-la, a nossa também:

A deles custa:

E a nossa sumano por quanto sai?

Das mediana ou das mais gitija?
Das mediana.
Sai por quatrocento real.
Tem disponiver pra pronta intrega?
Eu quero uma que não seja de mostruaro que já deve de tá um puco gasta. Eu quero uma na caxa.

E entrega bem amassadinho e suado um bolo de cédulas que trazia escondidas no sutiã.
Cunfere aí seu caxa.
No taxi fazia as contas:
Cum mais aqueles oitocento que tenho em casa do meu décimo e das féria que vendi, e cum o apuramento desses pato que criei pra vendê no Círo que cum fé na Virge vou conseguir e dispos de pagar o dismo pro pastor da quadrangular, pra ele num vim me amardiçuar, haverei de chegar aos R$1.500,00
Com isso dá para prerparar a bancada de lajota e comprar os depósitos de prástico, a mode de botar o açaí de molho.

R$400,00 + R$1.500,00=1.900,00
Vamos arredondar pra R$2.500,00, sai a máquina e as intalações, do modelo popular.

Se nesta nova jogada de marketing o Amazonas como sendo a terra do açaí, como já associaram a Floresta Amazônica.

O próximo passo vai ser levar o Cirio prá lá.

Já começaram de mansinho, inventaram uma N.S. da Amazônia. Quando oficialmente reconhecida pelo Vaticano, Padroeira da Amazônia, é a Nazinha.

Que tem até uma versão debiloide para o público infantil.

Quem avisa amigo é: Se eles ganharem essa parada eles levam o Círio e a Basílica para lá, e assim se cumprirá a profecía do EnC: por não sabermos cuidar bem do nosso patrimônio, no juizo final seremos todos condenados a vê-lo distribuido pelas outras cidades. Para que, se depois deste fim, outro príncipio houver, os futuros viventes pensem que aqui foi sempre uma terra arrasada.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

FOLHA DE SÃO PAULO: Patrimônio histórico de Belém está ameaçado

Talvez agora, que deu na "Folha" comecem a levar mais a sério aquilo que já estamos LOUCOS de gritar.
A matéria de Aguirre Talento, com belissima foto da Capela de São Francisco da Penitência de Tarso Sarraf, foi publicada na edição de ontem 09/09/2012, menciona o trabalho do Fórum Landi e da UFPA.
Confira:

Cidade que mistura arquitetura colonial do século 18 com estilo art nouveau do ciclo da borracha, no século 19, Belém assiste à degradação de seu patrimônio histórico, com imóveis ameaçados e desgastados pelo tempo.

Há igrejas com paredes descascadas e atacadas por cupins. Na capela da Ordem Terceira de São Francisco e na igreja do Carmo, pinturas estão perdendo nitidez pela falta de conservação.
Há três anos, a fachada de um antigo convento dos jesuítas do século 18 chegou até a desabar.
Segundo o Ministério Público Federal e o Fórum Landi (ligado à Universidade Federal do Pará e que monitora o patrimônio histórico), há diversas construções em risco.
Especialistas dizem que as intervenções no patrimônio têm sido pontuais, sem planejamento de longo prazo entre as esferas de governo.
"Há 25 anos, as cidades históricas entraram em crise, vendo o crescimento de outras capitais, e começaram a investir em rejuvenescimento para atrair turistas. A única que não fez isso foi Belém, ficamos atrasados", diz o arquiteto Flávio Nassar, coordenador do Fórum Landi.
Outro empecilho é que, segundo o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), um débito da prefeitura com o governo federal, de outubro de 2010, impede que sejam aplicados recursos federais no patrimônio histórico. Por isso, 50 projetos não receberam verba.

INFILTRAÇÕES
Os dois bairros do centro histórico de Belém, Campina e Cidade Velha, são tombados pelo Iphan.
Neles, há algumas construções que foram revitalizadas e viraram pontos turísticos.
Seguindo pelas ruas estreitas do centro, no entanto, o aspecto é de degradação.
Uma das piores situações é a da capela da Ordem Terceira de São Francisco, cujas paredes úmidas são resultado de infiltrações. Só abre aos domingos.
A capela é do século 18, e pesquisadores afirmam que seu retábulo (construção que fica no altar) é de autoria do arquiteto Antônio Landi, considerado o mais importante de Belém no período.
Outro imóvel atribuído a Landi, a capela Pombo, antiga construção particular em uma área comercial do centro, está abandonada e deverá ser restaurada pela UFPA.

OUTRO LADO
A Fumbel (Fundação Cultural de Belém), ligada à prefeitura, diz que o centro histórico é de difícil conservação devido à sua extensão.
Há 7.000 imóveis no local. Outras capitais, como São Luís e Salvador, têm, respectivamente, cerca de 5.600 e 3.000 imóveis em seus centros históricos.
A Fumbel diz que incentiva a conservação de imóveis particulares da região tombada dando isenção de IPTU.
O Iphan informa ter feito algumas restaurações, mas diz que, sem parceria com a prefeitura, não tem pessoal suficiente para cuidar de um grande número de projetos.
A Secretaria de Cultura do Estado não respondeu.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

GREVE TEM DATA PRA ACABAR DIA 17/09

Depois da matemática, a Geofísica já voltou às aulas.

Abriu-se a porteira, os 100 gatos pingados que votaram pela manutenção da greve não representam agora, como representaram no início, a vontade da categoria. Em termos matemáticos, 100 professores de um universo de 2266 representam 4,41%.

Se acham que representam, se acreditam ter legitimidade e compromisso histórico, deveriam utilizar a prática pedagógica do movimento grevista o piquete. Não esse piquete michuruca, consentido, de fechar portão, impedir a reitoria de trabalhar, menos nos dias de processamento da folha de pagamento, é claro.

Mas piquete, piquete mesmo, ir enfrentar os "fura greve", os "traidores de classe", que atrapalham o avanços das conquistas da categoria.
Não nos façamos de lesos, todos sabemos que além da Geofísica, de cursos de mestrado parados que já retornaram, na Medicina rolam soltas diversas disciplinas.
Por que não ir lá utiliando-nos da Maiêutica socrática, ou da dialética marxiana, ou marxista e convencê-los a aderirem à nossa causa?

Nos primórdios da ADUFPA, na primeira greve nacional em setembro de 1980, os piquetes foram usados e acho que acabaram dando certo.
Vou contar alguns episódios.
As áreas mais resistentes a aderirem às greves eram a medicina, odontologia e o direito. Fazia parte obrigatória da pauta das assembléias a divisão das tarefas, e havia portanto a comissão de piquetes.

O primeiro caso aconteceu na faculdade de Medicina.
Integravam o grupo, obrigatoriamente, os professores Heloisa e Raimundo Árias, médicos e únicos representantes do curso no movimento, o piquete da medicina precisa de mais voluntários. Candidataram-se os professores Paulo Sucasas, da Geociências; Olavo Galvão, Psicologia; e Ribamar Carvalho, hoje na UEPA. Os três usavam cabelo comprido, barba. O Suca rabo-de-cavalo. O Riba na ocasião uma camiseta do Che.
Chegam nas salas de aula e corria a notícia de que o pessoal da ADUFA estava lá fazedo piquete, na primeira sala, diálogo cordial.
Segunda, terceira....
De repente, entram na sala de um professor que era conhecido como Lobãozão, pai do professor Lobãozinho. Lobãozão adverte-os que não entrem, e, enquanto o grupo tentava argumentar, ele começa a tirar o cinto e aos berros gritava:
- ALÉM DE GREVE EU NÃO TOLERO, HIPPIE, COMUNISTA E MACONHEIRO!

Para o curso de direito foi mandado um time peso pesado: o presidente, Romero Ximenes, Zurita Leão, e Deusdeth Brasil.
Não chegaram a ter um mal resutado, mas a resistência não diminuia. Como ocoreu na medicina, a posição era sempre a mesma: "Não podemos aderir porque greve no serviço público é ilegal". Escreviam artigos nos jornais alertando para os perigos da greve, o que arrefecia os ânimos dos mais temerosos ou covardes, como muitos deles.
Eu era vice-presidente da ADUFPA e controlava o fundo de greve. Um dia fui procurado pelos três ameaçados de levar uma cinturãozada do Lobãozão, Riba, Suca Olavo e mais o Paulo Chaves e o Babá, que avaliavam que a situação no Direito não evoluiria na base do diálogo, teria deser feita uma ação intimidatória. Uma grande pixação nas salas de aula do curso por exemplo. Para isso precisavam de recursos para tinta spray, gasolina e para uma besteirinha. Concordei em fazer uma "expropriação revolucionária" no fundo de greve.
A operação era ariscada, as salas eram fechadas e tinham que ser arrombadas pelos balancim de fora, e as ações precisavam ser simultaneas para que não se perdasse tempo.
Nos dias que antecederam a "ação", dois professores se notabilizaram no combate à greve: Aluísio Meira, que publicara um artigo e uma professora que, em uma reunião, fôra chamada de burra por um aluno por sua posição anti-greve e declarara "Sou burra, sei que sou burra", os jornais estamparam afrase aprofessora.
A ação foi um sucesso, me avisaram de madrugada. Na manhã seguinte me ligou o Romero pedindo que eu fosse rápido ao curso de Direito que tinha amanhecido todo pixado.
Na sala do Aluísio, trabalho de grafiteiro: "O traidor também entra na História, lembrem Calabar". Na sal da professora estava "Sou burra sei que sou burra".
Estavam todos os diretores da ADUFPA e alguns Pecezões indignados. Armando Zurita valeu-se da teoria conspiratória: - É uma ação da direita para justificar a polícia entrar no Campus e acabar com a greve. Todos concordaram. Passou a ser a opinião oficial do Comitê Central da Greve.
Logo a notícia chegou à imprensa. Eram tantos jornalista, que o Romero dava entrevista para um lado e eu para outro, lembro que falei:
"A diretoria da ADUFPA deplora este ato de vandalismo, é uma provocação. Isso atentado ao espírito pacífico do nosso movimento.
Informamos à imprensa que com a ajuda de nossos colegas de Química, estamos providenciando a remoção dos grafites."
O Riba preparou um solvente mágico, os pixadores foram despixar junto com outros aflitos colegas. Os jornais publicaram as fotos, e o Direito parou de dar aula.

Não estou propondo ao comando ações clandestinas contra os atuais fura-greve. Nas greves se ganha mais, ou menos, veja aqui, um quadro elaborado pelo UOL a partir de fontes da ANDES.
Mas que um piquetinho, que daria ao comando um pouco mais de autoridade moral, de dignidade. Depois pra facilitar o comando tem um argumento tão simpático:

Companheiros é pra termos uma saida honrosa, já tá tudo combinado o fim da greve e como parto cezariano, já tem data marcada pra acontecer: 17 de sertembro.

O único objetivo da greve é bater recorde:
Indo até o dia 17, a greve terá superado e com folga os 112 dias da desastrada greve da 2005, que,em contrapartida, desgastou o movivento que desde esta época está há sete anos sem greve. Desde 1980 foram 15 greves que ocorreram com intervalos de 1 ou 2 anos, menos esta recordista de 112.

"Companheiros esta foi a mais longa greve de nossa trajetória de conquistas, ficamos parados mais que o recorde anterior, a grande e heróica greve de 2005 com 112 dias, nesta ultrapassamos os 120, uma mostrda nossa força vitalidade".

FORA DILMA!!!
FORA MERCADANTE, MERCADOR DO ENSINO PÚBLICO!!!
A LUTA CONTINUA!!!!

terça-feira, 4 de setembro de 2012

FACULDADE DE MATEMÁTICA DECIDIU ACABAR COM A GREVE

Titanic indo para o fundo graças a arrogância dos seus construtores.
Por insistir em sua tática suicida/oportunista a greve começa a ser parada pela sublevação das "bases". A FACULDADE DE MATEMÁTICA DECIDIU POR UNANIMIDADE VOLTAR ÀS AULAS.
Percebendo que a canoa tá virando o comando da greve se dividiu. É possível que na assembléia de amanhã surjam aqueles discursos heróicos:
Foi a maior greve dos últimos anos.
Demonstramos nossa indignação. 
Caiu a máscara da Dilma. 
O governo mostrou que está à serviço das corporações que querem privatizar o ensino. 
Nossa greve, companheiros, foi uma vitória!
E depois proponham o fim da greve, afinal, 
A LUTA CONTINUA!

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

A UNIVERSIDADE NÃO É UMA CARVOARIA

Hoje passamos a palavra ao professor Fernando Artur, Pro-reitor de extensão da UFPA.

Prof. Dr. Fernando Arthur de Freitas Neves
Faculdade de História/UFPA

O direito à educação tem sido enfatizado ao longo de décadas por gerações de professores inconformados com as diminutas opções aos filhos das classes populares. Hoje, a sociedade do conhecimento demonstra a alteração nas condições que se efetivam na vida daqueles que conseguiram atingir o ensino superior. Temos presente o imaginário ativado à época do resultado do vestibular quando as famílias, literalmente, se inebriam de prazer por ver cravado um dos seus entrando na universidade pública.
Fazem muitos dias de greve, é preciso dizer, o responsável foi o governo Dilma por ter sido incapaz de cumprir minimamente o calendário das negociações com apresentação de propostas claras sobre um baú de muitas reivindicações legítimas da categoria docente. Neste vácuo, a ansiedade encontrou caminho na adesão ao movimento paredista conclamando ao governo sair da passividade e apontar quais eram as alternativas para assegurar uma remuneração adequada, condições de trabalho e expansão do ensino superior público e gratuito.
Parte do movimento docente acreditava na possibilidade real de negociação graças ao histórico recente imprimido desde 2007, quando foi conquistada na mesa de negociação a incorporação das gratificações, as reposições salariais consecutivas entre 2008 a 2010 e o emparelhamento entre professores ativos e aposentados, contudo a confiança não se constitui em molécula cristalina, precisa constantemente ser bombardeada com valor capaz de lhe oferecer estabilidade, caso contrário o esforço pode erodir-se rapidamente como vimos recentemente quando a grande maioria dos docentes viu-se libertada daquela relação de negociação não efetivada.
O estado brasileiro têm dificuldades em reformar suas estruturas; acaba por ser acochado por muitos lados, isso fica evidente nas relações promiscuas interna corporis no poder judiciário para aumento de salários acrescidos de uns cem números de penduricalhos, ancorado na disposição da autonomia daquele poder para gerar gastos, independente do comportamento da receita dos impostos; procedimento análogo tomam outros poderes da república que distorcem profundamente as folhas de pagamento, chegando a criar a miragem de que se um motorista no senado pode ganhar R$ 9.000,00 porque não um professor com doutorado? Esta forma de tratar a questão não resolve nada, pois se considerarmos valida esta tese, teríamos de parabenizar o motorista por sua escolha em orientar-se para ser motorista frente aquele que fez opção pela carreira acadêmica.Devemos recusar os vícios do estado patrimonial segundo o qual a burocracia é capaz de reforçar suas posições a facilitar sua reprodução. É preponderante subverter esta característica assinalando o caráter público do estado por via da expansão das ações das políticas que promovem a distribuição solidária da riqueza penalizando os meios de concentração do capital responsável pela difusão da pobreza. Tarefa para mais de uma geração.
Manifestações de desprezo pelo REUNI causa repugnância em mim. Foi este programa agressivo do governo federal o responsável pela alteração da queda do número de matriculas nas IFES, reaparelhou laboratórios, construiu edificações novas e criou o Programa Nacional de Assistência Estudantil cuja tarefa é oferecer suporte financeiro e acadêmico para alunos em condições de fragilidade socioeconômica. Segundo o censo de 2010 do MEC/Inep, as públicas duplicaram o número de matrículas em 10 anos, perfazendo um total de perto de 1.000.000, ainda estamos longe de um patamar representativo ante as muitas necessidades estratégicas de nosso país; as aproximadamente 5.000.000 de matrículas na rede particular estão relativamente estabilizadas. Não é possível crer ser dispensável essa contribuição da rede de ensino privada para formação universitária como sugerem algumas proposições ingênuas, tanto quanto o argumento casuísta dos já ingressos na universidade federal para aqueles que ainda não entraram nesta mesma universidade esperem até ela resolver todas suas deficiências para então acolher novos postulantes.
Sobre o perfil salarial dos professores universitários em França, constata-se que este gira em torno de R$ 7.600,00 mensais, portanto estamos em situação realtiva a este patamar; obviamente essa é uma comparação grosseira, alguns dirão de mau gosto, pois nossa produção acadêmica não serve para equiparar-se aquelas estruturas e tradições; o sistema público de saúde e educação francês funciona em melhores condições em relação ao sistema brasileiro. O acordo assinado pelo PROIFES assegura para março de 2013 um salário para o professor adjunto 1 de R$ 8.600,00, considerando que a maioria da categoria no país encontra-se nesta situação, e todos, absolutamente todos, desde o auxiliar até o titular foram contemplados, portanto esta é a melhor performance nos últimos 20 anos. Os percentuais de reajuste ao longo dos próximos anos seriam entre 13% e 32%, em março de 2013; 19% e 36%, em março de 2014; e 25% e 44%, em março de 2015.
Convém lembrar a aflitiva situação internacional a qual estamos atados e é compreensível a prudência do governo federal, independente das classes trabalhadoras não terem contribuído para crise financeira somos atingidos por muitos de seus reflexos. Meus colegas professores (só tenho três) na Europa vivem intranquilos com o alto grau de demissões nas universidades, mas eles só comprovam o que está impresso nas estatísticas. Émile Zola exclamava em seus escritos qual a responsabilidade dos operários com a especulação financeira dos ricos a punir com salários mais baixos e desemprego para os últimos não perderem seus luxos? Nenhuma.
O governo deixa a desejar no confronto ao grande capital, a esquerda foi tímida na propositura de transformar a especulação em investimento concreto nas forças produtivas e continua a validar o sistema produtor de mercadorias apesar da monumental crise, como resultado temos a permanência da sociedade de consumo que assegura reprodução ampliada do capital via os mecanismos de endividamento para manter sua rentabilidade. Este e outros receituários neoliberais alcançaram seu limite, alternativas fundadas em austeridade e corte de gastos só aumentaram a crise. Saídas mais ousadas como a apresentada por Sarah Wagenknecht, da esquerda alemã, cujo cerne é a redução das dívidas ao limite de 60% do PIB geraria um confronto aberto com o sistema financeiro, porém será preciso muito mais aliados para sustentar este campo. A resposta ortodoxa os gregos já vivenciam, mas diante de tantas chantagens e medos preferiram mais um arrocho. Devemos apostar no quanto pior melhor?
Estamos mais distantes da hegemonia neoliberal, mas esta não foi afastada. Recentemente no Congresso Nacional a proposição dos recursos alocados em educação fossem assinalados como investimento e não como despesa foi derrotada, caso obtivéssemos esta posição os recursos da educação deixariam de ser provisionados para formação do superávit primário para amortização do pagamento dos juros da dívida e teríamos fortalecido a constituição do capital de conhecimento necessário para aprofundarmos a oferta de oportunidades às classes populares. Devemos persistir no aumento do consenso sobre quais alternativas de outro mundo é possível.
Obviamente o horizonte continua sendo a equiparação da carreira de Ciência e Tecnologia para os professores do ensino superior público, entretanto é premente conceber táticas de efetivo movimento para postasse melhor na relação de forças no processo de negociação, o arquétipo paredista não traduz a intervenção contundente e necessária para conquistar objetivos legítimos. Ao ponto em que estamos às radicalizações costumeiras, como ocupações de prédios públicos e a hostilidade crescente contra colegas que recusam o pensamento único não agregará um único valor à greve, tão somente confirmará um caráter sectário. Ao invés de caçar o “inimigo interno” deveria perguntar-se como viabilizar a insatisfação dos professores para tornar intensa a práxis política.
A dor dos pobres não nos é desconhecida, no entanto, a insatisfação com o salário da universidade não deve ser equiparar a indignidade, isso fragiliza o conteúdo da reivindicação.
Os técnicos da universidade entraram em greve depois dos professores, e conseguiram a proeza de terem retornado ao trabalho com ganhos graças à clareza de objetivos; as defasagens foram minimizadas nesta mesa de negociação, aproveitando as sinalizações dispostas pelo governo, sem cair na tentação do tudo ou nada.
Isso é válido para os professores. Querem alguma vitória? Ou querem nesta única batalha derrotar o governo e o capitalismo?