quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Nos EUA, também decadência de cabeças

O texto abaixo, de incrível lucidez crítica, é um trecho de um discurso deste pleiteante à candidatura de presidente dos EUA, pelo Partido Democrático , em 1968.


Vejam a análise que ele faz da composição do PIB estadunidense.
"Nosso Produto Interno Bruto agora ultrapassa 800 bilhões de dólares por ano. Mas nesse PIB estão embutidos a poluição do ar, os comerciais de cigarros e as ambulâncias para limpar nossas carnificinas. Ele inclui fechaduras especiais para nossas portas e prisões para as pessoas que as arrombam. Inclui a destruição de nossas sequoias e a perda de nossas maravilhas naturais em acumulações caóticas de lucro. Inclui as bombas napalm e as ogivas nucleares e os veículos blindados da polícia para combater os tumultos em nossas cidades. Inclui (...) os programas de televisão que estimulam a violência com a finalidade de vender brinquedos a nossas crianças. Entretanto, o PIB não garante a saúde de nossas crianças, a qualidade de sua educação ou a alegria de suas brincadeiras. Não inclui a beleza de nossa poesia ou a solidez de nossos casamentos, a inteligência de nossos debates públicos ou a integridade das autoridades de nosso governo. Ele não mensura nosso talento ou nossa coragem, nossa sabedoria ou nosso aprendizado, nossa compaixão ou nossa devoção a nosso país. Ele tem a ver com tudo, em suma, exceto com aquilo que faz com que a vida valha a pena. E ele pode nos dizer tudo sobre os Estados Unidos, exceto o motivo pelo qual temos orgulho de ser americanos."
O autor do discurso é Robert Kennedy, dito três meses antes de ser assassinado em 6 de junho de 1968.
Pudera, se meteu em más companhias!

Com o ativista dos direitos dos negros Martin Luther King, assasinado dois meses antes, em 4 de abril de 1968.

Mas também tinha uma curiosidade incrível !!!
De olho no "fenômeno" de Marylin Monroe!

Comparando com hoje, vamos desconsiderar o Bushinho, a foto explica:

Mesmo o infeliz Obama, com todo o aparato de marketing, seus grandes discursos: de posse, o do Cairo, o do Rio de Janeiro, foram, como diria o Carlos Drumond, de "um poeta municipal".

TUDO FICOU MENOR
Falou Zaratrusta.

Não só aqui, onde escoregamos do Conde dos Arcos, o ensecador do Piry da Jussara, para o Conde do Arco da Velha, o secador do erário público, o famigerento Dudu.
Na cabeça do império, também, minguadas ideias.
KENNEDY, Robert apud SANDEL, Michael J. Justiça - o que é fazer a coisa certa, 4.ª ed., Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011, p. 324.
Recebido por email de Marcos Palácios

Um comentário:

  1. Luiz Mário de Melo e Silva1 de fevereiro de 2012 às 21:27

    Essas coisas não importam para o nosso presidente e, sua cópia em menor escala, o dudu. O que tem maior valor é meter a mão no bolso do contribuinte e iludir o povo a pensar que é rico, porque ganhou alguma esmola.

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