quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Democracia representativa, quem ainda dorme com ela?

A crise de legitimidade da democracia representativa baseada nestes modelos de partidos políticos e sistemas eleitorais, começa a deixar a condição de debate acadêmico e já se transforma em palavra de ordem políticas e ganham as ruas.
Na foto abaixo (à direita, no círculo vermelho), um cartaz de uma passeata em Lisboa, com os dizeres:
O POVO UNIDO NÃO PRECISA DE PARTIDO.
Abaixo faixas de recentes manifestações em São Paulo:
No Chile, o movimento estudantes sem partidos, diz que tanto os partidos de esquerda como de ditreita são a mesma coisa.

Não quero entrar na polêmica de democracia direta vs. democracia representativa, o que seria interminável, apenas quero destacar, que estas emergências são anúncio de mudanças.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Nossa Senhora de Nazaré quer continuar padroeira de todo o Pará

Foto Walda Marques

Rola na rede: gramática e política

Gramática da política brasileira
Filho da puta é adjunto adnominal, quando a frase for: ''Conheci um político filho da puta".
Se a frase for: "O político é um filho da puta", aí, é predicativo.
Agora, se a frase for: "Esse filho da puta é um político", é sujeito.
Porém, se o cara aponta uma arma para a testa do político e diz: "Agora nega o roubo, filho da puta!" - daí é vocativo.
Finalmente, se a frase for: "O ex-ministro, aquele filho da puta, desviou dinheiro." daí, é aposto.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Fim de papo

Acho que o artigo do sociólogo norte-americano Immanuel WallersteinVinte anos para mudar o mundo, coloca muito claro a questão do declínio dos EUA, e encerra esta interminável discussão:
Hoje, a visão de que os Estados Unidos declinaram, e declinaram seriamente, é uma banalidade. Todos dizem isso, com exceção de alguns políticos norte-americanos que temem ser culpados pela decadência, se a debaterem. O fato é que hoje quase todos acreditam na realidade desse declínio.
E levando isso em conta, coloca algumas questões para o futuro:
E sem alguma estabilidade razoável nas previsões de curto prazo (três anos, digamos), a economia-mundo estanca. Todos os países terão de ser mais protecionistas e voltados para dentro. Os padrões de vida vão cair. Não é um quadro agradável. E embora haja aspectos positivos para muitos, no declínio norte-americano, nada garante que, com os sacolejos do barco mundial, outros países possam tirar da nova situação o proveito que esperam.
É hora para análises muito mais sóbrias e de longo prazo, julgamentos morais muito mais claros sobre o que estas análises revelam, e ação política muito mais efetiva no esforço de criar, nos próximos 20 ou 30 anos, um sistema-mundo melhor do que aquele em que estamos hoje enrascados.
Quem ainda não estiver satisfeito, pode ler aqui, um artigo do Noan Chomsky, sobre o mesmo tema.

domingo, 28 de agosto de 2011

Anderson Silva, um deus da periferia

Marise Rocha Morbach tá inspirada, vejam o texto que ela postou no Face.


Ontem assisti a luta do Anderson Silva. O cara é maravilhoso, um deus da periferia. A estética da rua, do gueto. Essa é a estética hegemônica: violência. É cara é bonito, um bailarino da dor. Agora, "as elites" não vão levar essa estética prás escolas; não é civilizado. Mas as griffes ganham tubos com isso...
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Um vídeo de Belém dos anos 70

O YouTube guarda surpresas e tristezas.
Surpresas como este filme de 1976 do Ivan Cardoso, ator e diretor carioca garimpado pelo Caco Ishak e postado no blog do Fórum Landi.
Imagens esquecidas da Belém do tempo do GuaraSuco, da Condor, do Palácio dos Bares, do Patesco e sobretudo de um Ver-o-Peso que ainda não tinha sido "civilizado"por intervenções higienizadoras.
Mas uma grande tristeza, passados 35 anos os mais pobres de Belem continuam vivendo na vala, ou melhor na merda.
Olhando estes meninos quantos morreram de velhice antes dos trinta, de emboscada antes dos vinte e de fome um pouco por dia *?
Que destino terão tido estas meninas, quantas ainda tem seus dentes, quantas precoces avós nas filas dos hospitais públicos?
* Morte e Vida Severina - João Cabral de Melo Neto

sábado, 27 de agosto de 2011

E continua rendendo o Baratão das Calcinhas




Primeiro foi no Pelas Ruas de Belém, do publicitário Fernando Jares, em texto de fino humor.
Clique aqui.
Depois o Jamir Lima transcreveu pro blog dele.
Aqui.
Diante do sucesso, o Bibas mandou mais um modelito.




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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Ser cego em Belém é pior do que em Granada

Não há coisa mais triste no mundo, do que ser cego em Granada, diz o poema de Francisco Alarcon de Icaza.
O verso é uma espécie de emblema da cidade, sem dúvida um lugar paradisíaco.
Pior do que ser cego em Granada é ser em Belém, não que por aqui as coisas estejam merecendo ser vistas, tal o estado geral de abandono, mas porque as calçadas para deficientes visuais são pura hipocrisia. Se um cego for andar nelas vai sair trombando em tudo, obstáculos não faltam, apesar da passarela indicativa.
Um amigo meu, morador de Batista Campos e já na casa dos 60, me diz que da portaria de seu prédio até a esquina, são, contados, 18 obstáculos.
P.S.: Nunca tinha entendido porque o Dudu mandou colocar estes faixas para deficientes visuais em vários pontos da cidade: Museu Goeldi, Batista Campos, etc. Um psicanalista lacaniano, meu amigo, me deu a explicação: Ou é para se penitenciar pelos cegueiras que ele provocou no exercício ilegal da medicina, ou suprema ironia, homenagear estes cegos que votaram e revotaram nele.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Jordy reafirma: é contra a divisão do Pará

Ao Povo do Pará
Acompanhei com alguma surpresa nas redes sociais a repercussão de parte de uma entrevista que concedi a TV Eldorado, de Marabá, em 2009, e postada num blog local, onde, naquele momento, eu defendia a criação, no futuro, de novos estados, com a redefinição de um pacto federativo que contemplasse um novo desenho geopolítico não só para o Pará, mas para toda a Amazônia.
A surpresa veio exatamente do fato de que essa posição foi defendida abertamente pelo meu partido, o PPS, em todos os foros e, portanto, era uma posição amplamente divulgada em todo o Brasil. O PPS nunca escondeu isso. E eu sou o presidente do PPS do Pará.
Portanto, o que foi posto como “novidade”, não passa de uma posição bastante conhecida do partido, e que foi colocada por mim e pelo PPS naquele contexto, onde também defendíamos abertamente a realização de um plebiscito, por entendermos que é um processo legítimo e democrático.
A entrevista, na sua íntegra, mostra que não é impertinente, no futuro, fazer essa repactuação federativa em todo país, precedida de um debate sério e ético onde se considerem fatores como bacias hidrográficas, vocações produtivas macroeconômicas, identidades mesorregionais e melhor distribuição do PIB nacional entre as regiões.
A tentativa de tratar como “novidade” ou “contradição” esse trecho da minha entrevista, não passa de uma “pegadinha” manjada, onde os autores são personagens que não merecem crédito e tem como objetivo confundir a opinião pública e dividir aqueles que são contra a divisão do Pará, no plebiscito que se aproxima.
Nos artigos que publiquei, em 2007 e 2011, na grande imprensa do Pará, e transcritos no meu blog e no meu site (ler aqui), eu disse textualmente que dividir o Pará, hoje, seria fragmentar o subdesenvolvimento e enfraquecer a possibilidade de cobrar do poder central um redesenho do pacto federativo que parece ter sido abandonado.
Essa é a minha posição. Nunca me escondi de qualquer debate. Minha vida pública não é pautada por conveniências, oportunismos ou facilidades de ocasião. Estarei, como sempre estive, na busca da verdade, atuando com lisura, ética e respeito, procurando honrar cada voto que recebi.
Por fim, reafirmo minha crença CONTRA A DIVISÃO DO PARÁ, por entendê-la danosa, neste momento, aos interesses da nossa região e me disponho para este e outros debates que digam respeito aos reais interesses do nosso povo.
Arnaldo Jordy
Deputado Federal - PPS

Connery (81), Bardot (77)

Nova contribuição do Jaime Bibas para o Blog.

A foto aí abaixo, na qual Sean Connery
aplica uma “gravata” em Brigitte Bardot,
pode ser vista neste site da internet.

Brigitte vai fazer 77 anos em setembro (28).
Sir Thomas Sean Connery completará 81 na
quinta-feira (25).

Não sei o ano da imagem, mas é claro que
trata-se de foto onde ambos, exibem seus
rostos bem mais novos. Então pensei cá com
meus botões... E se a pose fosse repetida hoje, como seria?








Tentei imaginar e ilustrar como se daria o momento.

Olha aí abaixo como ficou:




Por falar na BB, lembrei da canção que Tom Zé gravou no LP TODOS
OS OLHOS, em 1973. AQUI, dá pra escutar.

A Brigitte Bardot está ficando velha,
envelheceu antes dos nossos sonhos.
Coitada da Brigitte Bardot,
que era uma moça bonita,
mas ela mesma não podia ser um sonho
para nunca envelhecer.
A Brigitte Bardot está se desmanchando
e os nossos sonhos querem pedir divórcio.
Pelo mundo inteiro
têm milhões e milhões de sonhos
que querem também pedir divórcio
e a Brigitte Bardot agora
está ficando triste e sozinha.
Será que algum rapaz de vinte anos
vai telefonar
na hora exata em que ela estiver
com vontade de se suicidar?
Quando a gente era pequeno,
pensava que quando crescesse
Ia ser namorado da Brigitte Bardot,
mas a Brigitte Bardot
está ficando triste e sozinha


Um computador permite cada coisa...

[jb]
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Inglaterra censura mídias socias.

David Cameron, o primeiro-ministro britânico, diz que medidas de toque de recolher e restrições em sites de mídia social será considerada após dias de tumultos em Londres e outras cidades Inglesas.


Mas como as redes sociais não são as mídias sociais, quem faz as redes sociais são as pessoas, as mídias são a tecnologia, logo as redes começaram a se reconfigurar usando outra tecnologia: o post it.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Pescaram o Chico

Mais uma baixa na safadeza.
Mais um, que pinta o cabelo, cai.
Outros peixes, maiores, podem cair nesta redada.


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Dia de Sao Bartolomeu, bruxas costumam voar!

- Quem mandou assassinar os Huguenotes em Paris?
- Catarina de Medice.
- Errado, o certo é:
-Catarina de Medice mandou assasinar os Huguenotes em Paris, sentenciou o professor José Bonifácio Tocantins, Pe. Tocantins, ou Tocantas.
Conto esta história e publico esta imagem pois, os tempos atuais de intolerância na França do sarconoma Sarkozy, estão mais para Medioevo do que para Iluminismo.
O massacre teria matado entre 30 a 100 mil protestantes em toda a França.
É por isso que os comandantes da OTAN devem ter considerado que os mortos no ataque à Líbia serão relativamente poucos.

Também neste dia, em 1953, se suicidou Getúlio Vargas.
Pior ainda, no ano 79 da era cristã, o Vesúvio em erupção, soterrou Pompéia.
Portanto, todo cuidado é pouco.

Políticos, prostitutas e mafiosos

Segundo Manuel Castells em dez pesquisas sobre credibilidade das profissões, a de político, fica sempre fica em décimo lugar, mesmos na Itália em que ficam em 12o., depois das ...
prostitutas...

e dos mafiosos.

E quando o político é um mafioso?


Bem, aí ja se torna presidente eterno do Senado podendo viajar em helicóptero da PM do Maranhão em viagem particular.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Jatene para Presidente




A pessoa mais qualificada para ser o presidente do comitê suprapartidário pela manutenção da integridade territorial do Pará é o Governador do Estado Simão Jatene, pouco importa se se goste dele ou não.
Primeiro porque ele foi eleito para ser governador do Estado do Pará com seus 1.247.689 km² e todas as suas potencialidades naturais.
Segundo, ele foi vitorioso em uma eleição na qual a questão da divisão territorial não foi tema de debate - mesmo se projetos de lei propondo o esquartejamento do Estado já tramitassem - o que o legitima a defender perante os quase 8 milhões de habitantes do Estado as bandeiras do Não à Divisão.
Terceiro, porque não há nenhuma justificativa técnica que demonstre a viabilidade da divisão, apenas interesses de grupos que querem ficar mais próximos das burras públicas para mais facilmente pilha-las.
Quarto, a maioria dos divisionistas estão na base de sustentação de seu governo, e ele saberá como acalmá-los. Um bom argumento antes, que as paixões ceguem e ensurdeçam quem ainda pode ver e ouvir: "Juntos somos fortes, divididos empobreceremos".

P.S.1: O mesmo se aplica aos Senadores que foram eleitos para representar o Pará, tal qual é agora, no pacto federativo.
P.S.2: A belíssima foto é do Renato Reis .

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Coração de Estudante: Camila Antonia Amaranta Vallejo

Recebi do amigo Jaime Bibas, que já é colaborador de carteirinha do blog com a seguinte observação:
Sei que já postaste no teu blog sobre os acontecimentos no Chile, em que se envolvem estudantes e quejandos.
Essa adaptação (livre) nos versos de Violeta Parra - “Mi gustan los estudiantes”, resolvi fazer para homenagear Camila Vallejo.
Mi gustan los estudiantes
Que rugen como los vientos


Cuando les meten al oído / Sotanas y regimientos.



Me gustan los estudiantes / Porque levantan el pecho



Cuando les dicen harina



Sabiéndose que es afrecho.



Me gustan los estudiantes / Que marchan sobre las ruinas,




Con las banderas en alto



va toda la estudiantina:



son químicos y doctores,



cirujanos y dentistas.



Son aves que no se asustan / de animal ni policía,



y no le asustan las balas / ni el ladrar de la jauría.



Pajarillos libertarios, igual que los elementos.



Caramba y zamba la cosa / ¡vivan los experimentos!



Me gustan los estudiantes / porque son la levadura



del pan que saldrá del horno / con toda su sabrosura,



¡Que vivan los estudiantes, jardín de las alegrías!



Quem quiser ouvir a música e ver imagens das manifestações do Chile é só clicar.

domingo, 21 de agosto de 2011

Política: desencontros e encontros

A Política é a arte do desencontro embora haja muito encontro na política.

Invertendo a lógica do famoso verso do Vinícios de Moraes, eu diria que embora historicamente haja mais desencontro entre os interesses do povo do Pará e o das elites do Sul-Sudeste, neste momento essas elites do sul maravilha são aliadas dos que querem preservar a nossa integridade territorial, mesmo que seus interesses sejam escusos: continuar dominando a política nacional com maiorias parlamentares.
Como a grande impressa daqui estará amordaçada por outros interesses, a do Sul-sudeste poderá divulgar, como já está fazendo, informações que podem compensar as ausências daqui.
Mas isto depende também, dos interesses dos grandes anunciantes, quase todos ligados ao governo federal: Petrobras, Banco do Brasil, Caixa, BNDES, Vale.

Ou seja, serão muitos perigos nesta vida, onde encontros e desencontros podem decidir nosso futuro.

sábado, 20 de agosto de 2011

Blairo Maggi, Motosserra de ouro, apóia divisão do Pará

O Ex-governador do Mato Grosso Blairo Maggi , atualmente Senador pelo PR (Partido da República), o mesmo que devastou as contas públicas no Ministério dos Transportes, do também PRista Alfredo Nascimento, é outro que apóia a divisão do Pará.
Sonha que ela ocorra para passar a fronteira com seus tratores e ali, vir plantar soja, além de pretender abocanhar altos mandatos para o seu grupo.
É sempre bom lembrar que o paranaense ganhou do Green Peace a Motosserra de Ouro de 2006, por seus cuidados com o meio ambiente.
Lira Maia que se cuide.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Pintor italiano fará intervenção na Casa Rosada

Pietro Lenzinni é professor da Academia de Belas Artes de Bolonha, onde Landi foi aluno e professor. Ele vem convidado pelo Grupo Alubar pintar, utilizando as técnicas de pintura de quadratura, a mesma usada por Landi na igreja de São João, a sala Bolonha na Casa Rosada.
Veja alguns esboços propostos por Lenzinni.













Eu considero este um dos grandes momentos da história das intervenções para salvar o centro de Belém da decadência.
O Grupo Alubar está de parabéns e o Forum Landi orgulhoso de ter contribuido para este evento.

Universidades: Avaliar para moldar

Os rankings internacionais de universidades não seriam uma das maneiras silenciosas de impor um modelo, de privilegiar certas linhas de pesquisa?

VLADIMIR SAFATLE
Professor Livre Docente do departamento de filosofia da Universidade de São Paulo
É um dos coordenadores da International Society of Psychoanalysis and Philosophy

Vivemos a era em que as avaliações educacionais são normalmente vendidas como métodos neutros de descrição, como fotografias de situações claramente objetivas e não problemáticas. Nesse sentido, os que são contra as avaliações só poderiam, na verdade, querer esconder alguma forma de inaptidão ou incompetência. Ao menos, é assim que o debate é normalmente posto quando se discutem as avaliações universitárias.
Talvez fosse o caso de perguntarmos, porém, se uma boa parte da resistência de setores universitários a certos regimes de avaliação não viria da compreensão de que avaliar é, muitas vezes, uma maneira mais silenciosa de impor um modelo. Quando se trata da vida universitária, avaliações que se dizem neutras são, muitas vezes, maneiras de privilegiar certos tipos de pesquisa, desqualificar outros, decidir sobre como as universidades devem desenvolver e decidir seus critérios de relevância
Um exemplo privilegiado desse passe de mágica são os chamados rankings internacionais de avaliação universitária. Por meio de tais rankings, vende-se a possibilidade de sabermos quais seriam as melhores universidades do mundo, quais seriam os verdadeiros centros de excelência. Eles são, muitas vezes, usados por administrações universitárias e por instâncias governamentais para justificar o destino ou o corte de verbas, assim como para justificar intervenções na estrutura acadêmica.
Atualmente, certos universitários perceberam algo de errado nesses rankings. Não escapou a eles a incrível dispersão de seus resultados. De um ranking a outro a posição das universidades muda radicalmente. Prova maior da ausência de um conjunto claro e realmente estabelecido de critérios e métodos. Só para ficar em um exemplo referente a dois dos sistemas de avaliação mais utilizados na atualidade. No ranking elaborado pela Universidade de Xangai, a Universidade de Paris VI aparece em 39° lugar. Já naquele feito pela Times Higher Education, a mesma universidade está na 140° posição.
Tal dispersão de resultados não poderia ser diferente, pois estes e outros sistemas de avaliação não nasceram como era de se esperar, de um debate amplo, constante e sempre reversível entre os vários campos de pesquisa que compõem a vida universitária. Eles não foram o resultado de discussões, mais do que necessárias, entre várias universidades no mundo que procurariam expor as características de suas tradições de pesquisa. Um dos rankings mais usados afirma que consultou 13 mil pesquisadores de vários países. Mas seu viés já é, de entrada, parcial. Não se trata de pesquisadores de todas as áreas e subáreas, mas profissionais que vêm, muitas vezes, de campos que não são vistos como tais por certas tradições universitárias, como criminologia e relações internacionais. Isso sem contar a incrível predominância de pesquisadores de certas áreas em detrimento do equilíbrio geral.
Em larga medida, tais problemas são de origem, pois tais rankings foram sintetizados por áreas específicas de pesquisa (ciências exatas e ciências biológicas) em universidades anglo-saxãs e, em um segundo momento, tentou-se impô-los, com alguns ajustes, para outras áreas e outros países. Não por acaso, nações com forte tradição universitária e capacidade de influencia, como França e Alemanha, estão normalmente mal posicionadas em tais rankings. Isso explica também por que boa parte deles avalia medalhas (como a medalha Fields) e prêmios que só existem em certas áreas das ciências exatas e biológicas. Uma avaliação minimamente séria deveria levar em conta critérios de distinção em todas as áreas ou não considerar nenhum, sob pena de dar mais importância a certas áreas em detrimento de outras.
Quem mais sofreu com isso foram as chamadas ciências humanas. Não porque as ciências humanas (como história, filosofia, pedagogia, geografia, teoria literária, sociologia, antropologia, psicologia, economia, estudos de mídia e outras) seriam “menos cientificas” do que a física ou a biologia ou “menos importantes” (dificilmente alguém discutiria a importância de questões próprias às ciências humanas como o declínio de autoridade paterna e seu impacto na estrutura familiar, a participação de grupos empresariais no financiamento do aparato de tortura da ditadura brasileira, a influência da publicidade no desenvolvimento infantil, a natureza do sofrimento psíquico e suas formas de intervenção, o sentimento de lassidão em relação à democracia parlamentar, a formação do nosso sistema literário, a natureza da violência urbana e a constituição da moderna noção de racionalidade, entre tantos outros). Na verdade, elas têm uma dinâmica de pesquisa e impacto que merece ser compreendido em sua especificidade.
Há um exemplo paradigmático nesse sentido. Normalmente, tais rankings se propõem a avaliar a produção acadêmica a partir do total de artigos publicados em revistas indexadas ou a partir dos índices de citações a artigos e autores. Mas o que um índice de citações retrata? Poderíamos dizer que um artigo é mais citado, circula mais, devido à sua qualidade. Isto é, porém simplesmente falso. O maior número de citações indica que o artigo foi lido por mais pessoas e conseguiu inserir-se em uma das redes hegemônicas de pesquisa em determinado momento
Lembremos aqui de duas variáveis que interferem nessa circulação. A primeira refere-se à intervenção de forças econômicas na pesquisa acadêmica. Por exemplo, atualmente, as pesquisas em psicologia precisam conviver com a forte presença do interesse de grupos econômicos ligados à industria farmacêutica, pois tal indústria sabe dos lucros milionários que novas gerações de antidepressivos e ansiolíticos podem produzir. Por isso, pesquisas que validem os resultados de seus medicamentos, naturalmente, entram em um circuito internacional de circulação e financiamento estimulado por forças não exatamente acadêmicas.
Mesmo que a intervenção econômica não seja sob a forma de financiamento direto, a situação cria uma dissimetria perigosa, em que jovens pesquisadores terão a tendência a não pesquisar seriamente os limites de uma prática farmacológica que procura se vender como incontestável. Eles não querem o peso de lutar contra redes hegemônicas de pesquisa, independentemente do fato do que eles realmente representam.
Não é difícil perceber, por outro lado, que outra variável importante para determinar a circulação de um artigo é a língua. Um artigo em inglês sempre circulará mais que outro escrito em uma língua exótica como o português, mesmo se o primeiro for pior que o segundo. Claro que alguém pode perguntar: então, por que não escrevemos todos os nossos artigos em inglês? Podemos fazer como os holandeses, os finlandeses e outros, que resolveram esse problema sem muita confusão.
Mas vejam que interessante. Se os nossos pesquisadores publicassem suas produções basicamente em revistas acadêmicas e em inglês, a universidade ficaria, de uma vez por todas, de costas para a sociedade. Nossa produção nem sequer seria escrita na língua de nossa sociedade, nessa língua em que a nossa opinião pública constitui seus debates e sua esfera de reflexão. Assim, a universidade realizaria, de vez, seu divórcio, dialogando apenas dentro de seus muros. Muros esses que se repetiriam em cada país de língua não inglesa.
A idéia de um conhecimento com forte capacidade de intervenção social foi algo que o Brasil conseguiu efetivar. Intelectuais como Celso Furtado, Sérgio Buarque de Holanda, Darcy Ribeiro e Florestan Fernandes foram homens públicos capazes de influenciar fortemente a opinião publica porque escreviam na língua de seu povo e procuravam expor suas idéias não apenas por meio de revistas acadêmicas, mas de livros comprados em qualquer boa livraria e artigos de divulgação encontrados em qualquer boa revista semanal ou jornal. Deveríamos nos mirar em seus exemplos e procurar formar mais intelectuais com tais habilidades, em vez de desqualificar sistematicamente as condições que permitiram tais trabalhos florescerem.
Boa parte dos rankings internacionais nem sequer avalia livros, com sua força natural para romper os muros da academia. Ou seja, se você publicou um livro em uma editora renomada como a Cambridge University Press, depois de anos de pesquisa , isso, inacreditavelmente, não será não será levado em conta. Mesmo aqueles rankings que avaliam livros avaliam mal, dando peso reduzido a eles em comparação a um artigo acadêmico. Nada justifica tal aberração, já que boas editoras têm comitês de leitura de alto nível, como qualquer revista acadêmica. A única justificativa é: Trata-se de impor uma concepção de universidade, na qual a capacidade de intervenção na vida social não é mais importante. Mas a questão é: a quem interessa uma universidade assim? Por que deveríamos nos pautar por esse modelo?
Por fim, outro ponto que classicamente aparece nesses rankings é a “internacionalização”, ponto no qual as universidades brasileiras normalmente vão mal. Mas, por mais que tal questão seja de fato relevante, há profundas distorções na maneira que ela é posta. Primeiro, devemos ter clareza de que as universidades brasileiras nunca terão a porcentagem de alunos de graduação estrangeiros que encontramos em certas universidades européias (a USP, por exemplo, tem 2% enquanto encontramos universidades britânicas com 30%). Pois tais universidades precisam desses alunos para sobreviver, elas simplesmente não têm alunos suficientes em seus próprios países.
Isso está longe de ser o caso de países de grande população e extensão continental, como o Brasil. Temos um déficit enorme de pessoas sem curso superior em nosso próprio território. Seria um equivoco brutal deixar de focar tal questão como prioridade. Teremos níveis maiores de internacionalização na graduação e na pós-graduação. Isso é bom e louvável. Assim como é bom avaliar a mobilidade internacional de pesquisadores e professores, a circulação internacional de alunos de doutorado e pós- doutorado. Mas nunca teremos uma mobilidade em nível europeu e nunca teremos a atratividade de países que podem compor todo o curso de graduação em inglês (porque precisam fazer isso simplesmente para sobreviver). Mas a questão é: não precisamos disso. Difícil é explicar por que uma questão tão ligada à característica do funcionamento universitário de cada país tem tanto peso nos processos de avaliação.

REVISTA “CartaCapital”, 06 de julho de 2011, ano XVI, N°653(PP. 68-71)

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Marcha popular contra á Divisão do Pará. Programa-se


O movimento em Defesa do Pará convida todos para a 1ª Marcha popular contra á Divisão do Estado do Pará. Programa-se! Traga sua bandeira, sua camisa do Pará e a sua voz para mostrarmos para aqueles que propagam a falsa idéia de divisão salvadora, que acreditamos firmemente que o mais importante é a integração do Estado do Pará, e não a sua divisão! A Marcha vai sair da Praça dos Estivadores e subir a Avenida Presidente Vargas em direção a Praça da República, onde ocorrerá um grande grito de NÃO Á DIVISÃO DO PARÁ. Esperamos por vocês.
Hora: Domingo, 21 de Agosto. 09h00
Localização: Concentração na Praça dos Estivadores, rua Boulevard Castilhos França, esquina com a av.Presidente Vargas

Os protestos chegam às sacrestias

Será que estamos em 1968?
Cerca de 300 padres austríacos dos 2 mil do país se rebelaram contra o Vaticano para exigir reformas, como permitir o sacerdócio às mulheres e aos homens casados.
A iniciativa intitulada "Um chamado à desobediência", que foi divulgada na internet em junho, vem contando com um crescente apoio de religiosos e está complicando a relação com a hierarquia da Igreja Católica do país.





"Há uma grande insatisfação entre os religiosos", explicou nesta quarta-feira ao jornal "Österreich" o criador da proposta, o padre Helmut Schüller, antigo vigário-geral de Viena.
Mais clique abaixo:
http://noticias.bol.uol.com.br/brasil/2011/08/17/cerca-de-300-padres-austriacos-se-rebelam-contra-vaticano-e-exigem-reformas.jhtm


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quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Pelas ruas do mundo: Kiev, FEMEN faz nova manifestação

As garotas da Femen estão deixando as autoridades ucranianas cada vez mais enlouquecidas. A cada nova manifestação do grupo aumenta sua popularidade e crescem os fãs em todo o mundo.
Desta vez o protesto foi em cima de um caminhão da polícia usado para transportar presos, onde já saíram presas.
Segundo as manifestantes, há vários criminosos no país que poderiam ser levados à justiça, enquanto as autoridades ucranianas se concentram apenas no caso da ex-primeira-ministra Yulia Timoshenko.


Dialogo de víboras


George Bernard Shaw escreveu para Churchill:
- Estou enviando dois ingressos para a primeira noite da minha nova peça; traga um amigo, se você tiver algum.

Respondeu Winston Churchill:
- Não posso assistir na primeira noite, assistirei na segunda... se houver.

"I am enclosing two tickets to the first night of my new play; bring a friend, if you have one."
— George Bernard Shaw to Winston Churchill
"Cannot possibly attend first night, will attend second ... if there is one."
— Winston Churchill, in response.