sábado, 30 de abril de 2011

Aqui só mostraram o beijo real, lá fora tudo


Vejam o espanto da pobre criança.

O insigne ficante

O Jaime Bibas conta outra versao para o causo do insigne ficante.
Confira:

Oi Flávio!
Conhecia esse "causo", não na versão lembrada por ti mas, a que se contava sobre a despedida do General Higino Craveiro Lopes, presidente de Portugal, após este visitar Belém, no final da década dos anos de 1950. O texto é semelhante, mas, invertido. Diziam por aqui, que Magalhães Barata, governador, despediu-se do presidente português desejando "boa viagem ao insigne viajante" e Craveiro teria respondido com um obrigado ao "insigne ficante". Versões à parte, lembro que se contava, também, no tempo dessa visita, que Barata precisou providenciar um penico de louça, para Craveiro, pois este não conseguia dormir sem ter um, devidamente aboletado debaixo da cama...

Eu tinha meus cinco anos quando o Craveiro Lopes visitou o Brasil e Belém estava incluida na rota.
Isso foi no tempo em que o mundo ainda não era dominado pelos agentes de seguranças, cerimonialistas e assessores de imprensa e as visitas se faziam como menos freqüência e mais tempo de permanência.
Também não era o tempo da imagem televisiva e os acontecimentos tinham grande participação popular.
Veja como os jornais de São Paulo noticiaram a visita.

ENTUSIÁSTICA ACOLHIDA AO PRESIDENTE CRAVEIRO LOPES EM SÃO PAULO - Expressiva recepção teve ontem na capital do Estado o general Craveiro Lopes. A cidade, engalanada para aclamá-lo, vibrou intensamente, com povo nas ruas e sacadas de edifícios. No clichê, o Vale do Anhangabaú, à passagem do cortejo;...

P.S.1: O fato de Belém estar no roteiro da viagem, mostra que ainda éramos a metrópole da Amazônia.
P.S.2: Bibas, isto ai do lado do presidente, é um vaso ou um penico?

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Uvas verdes 2

A relatora especial da ONU para a Moradia Adequada, Raquel Rolnik, acusou as autoridades de várias cidades-sede da Copa do Mundo, de praticar desalojamentos e deslocamentos forçados que poderiam constituir violações dos direitos humanos.
Raquel destacou que os casos denunciados se produziram em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Recife, Natal e Fortaleza.



Ainda bem que ficamos de fora desta festa.
Ainda bem que nossas elites são incompetentes, senão estariamos passando por estas vergonhas e por estes constrangimentos.
É melhor ficar no nossinho lugar...
Esquecidinhos...

Mas se alguém desistir....

Body line, sabem o que é isso?

Eu conhecia skyline, que é a linha que os edifícios criam no céu de uma cidade.
Conversando com o Belisário Franca, cineasta diretor de Além Mar, um extraordinário elogio da lusofonia e sucesso - foi até bisado -  no VIII Colóquio Luso Brasileiro de História da Arte, ele me falou:
- O body line do povo de Belém só é igual ao de Salvador, Rio de Janeiro e Porto Alegre.
Perguntei o que era isso: é a postura, a maneira como as pessoas andam na rua.
Seu olhar de cineasta identifica aqui uma postura que na maioria das cidades as pessoas não tem, aqui são altivas, olham de frente e andam eretas.
Acrescentou que nas cidades do norte só observara esta postura em Belém.
Que bom, nem tudo está perdido!

P.S: Para não perder a piada, mesmo com a pátria amada, é de se esperar que não tenhamos apenas as virtudes do homus erectus, mas que possamos ter também do homo sapiens.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Turma da Mônica: Caiu Sérgio do Bofe

Identifique os personagens da turma, o vencedor vai ganhar uma passagem para as ilhas Caymás prá cá.






Quem é a Mônica?
O Juvenão?
O Ceboleiro?
E a Magali, a comilona?

Mixofobia

Mixofobia é medo de misturar-se.
É isto que vai levar à Europa a um novo precipício.
A França, para impedir a entrada dos refugiados líbios, da guerra que eles estão fazendo, fechou a fronteira com a Itália.
O contrário é a mixofilia, o gosto pela mistura, que esta na base da formação cultural e étnica do Brasil, e que continua, espero, sendo um majoritário sentimento nacional, a despeito da ação deletéria - como diria o Irmão Paulo, meu professor do Nazaré - dos adeptos do politicamente correto que floresceu nos últimos anos e, é claro, dos eugenistas mixofobos de sempre.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Mônicas e pintos

A outra Mônica, a Lewinsky,



se encantou pelo pinto...



do Clinton.



E a Mônica Pinto, em que pinto se fiou?

Contrução de alvenaria no meio da rua

Recebi por email, logo depois do Carnaval, esta foto do Mariano Klautau denunciando que estavam contruindo, na rua, ao lado do Canto do Sabiá, na Praia do Bispo, esta aberação.
Era preu ter publicado logo no blog para ajudar a difundir, só que acabou ficando esquecido em um canto do iPad.
Não sei se demoliram, ou se ja foi inaugurada e funciona a pleno vapor.
Segue a imagem do absurdo.

Duciomar: a verdade e a mentira no PSM

Publicidade é a mentira consentida
Os que a fazem, fazem de conta que ela e verdade, e nós, fazemos de conta que acreditamos.
Mas tudo tem limite.
O que a prefeitura de Belém faz no front light instalado em frente do Pronto Socorro Municipal é um escárnio.
Esta típica família de classe média, jamais seria atendida nas desumanas instalações do matadouro municipal.
Para parecer politicamente correta, na cota dos negros, estas parrudas mãe e filha transbordam alegria depois do atendimento nota 10.
E este casal, serão alemães, suecos?
Nórdicos com certeza. Fizeram uma tomografia de emergência e já estão de volta ao lar.

terça-feira, 26 de abril de 2011

A Turma da Mônica da Assembléia Legislativa




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Diretas já

Ontem 25 de Abril, além da Revolução dos Cravos em Portugal, uma outra data esta na memória dos democratas brasileiros. Foi em 25 de Abril de 1984, dez anos depois do Cravos, foi votada no Congresso Nacional a emenda Dante de Oliveira que instituía eleições diretas para presidente da república.
Todo mundo já sabia que a emenda seria rejeitada, pois o governo tinha maioria, entre outras razões por conta dos senadores biônicos inventados quando a ditadura estava prestes a perder maioria no Senado Federal.
Mas a campanha das Diretas colocaram o povo brasileiro em movimento, algo como o que agora acontece na chamada primavera árabe.
O movimento fissurou o bloco governista e em 15 de janeiro de 1985, Tancredo Neves foi eleito presidente no colégio eleitoral, dando fim ao regime de ditadura militar.
Veja as fotos da época.
O comício da Candelaria no Rio com mais de um milhão de pessoas.
 Em São Paulo na Praça da Sé
 E haja gente...
No palanque a oposição  unida: Lula, Ulisses, Quercia, Brizola, Montoro, Tancredo.

Haja chuva

Com a chuva de sábado a Doca ficou totalmente alagada.



A assessoria de imprensa da PMB disse que a vala é limpa todo dia.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Foi bonita a festa

Hoje 25 de abril se comemora o 37 anos da chamada Revolução dos Cravos que marcou a derrubada do Regime Salazarista em Portugal e deu inicio ao processo de descolonizaçao na África portuguesa.
No Brasil viviamos o auge da ditadura, Chico Buarque, alma da nossa alma, imortalizou os sentimentos dos brasileiros, amantes da liberdade, naquele momento.


Para saber mais sobre a Revoluçao dos Cravos, clique aqui.

sábado, 23 de abril de 2011

Será que é importante estar do lado politicamente correto?

Coelhinhos da Páscoa:

Clique na imagem para ver ampliada.

Os simples e o complexo

Só os simples, aqueles que no consolo evangélico, verão à Deus, podem acreditar que em uma deslumbrante manhã em seu apartamento em Higienopolis, depois de sua ida à padaria, Fernando Henrique, aborrecido com o mundo, sentou em seu escritório e resolver conclamar seus partidários a se esqueceram do povão.
Como timoneiro de um barco que vai cambaleando, quis, partindo de dados da realidade apontar uma saída: ou deixamos de lado as classes D e E, que agora vivem suas núpcias com o PT e nos concentramos nas classes B e C ou perderemos estas também.
Ele sabe que no mundo real e preconceituoso da classe média, existe um amplo segmento, que antes odiava o Lula por seu jeito operário de ser e que, agora, começa a simpatizar com a Dilma, mais técnica e comedida.
FHC é bem informado, bobos são seus aliados.

P.S.:É sempre bom lembrar, que Lula na primeira vez que se elegeu o fez graças aos votos das classes médias urbanas, o povão do Brasil fundo votou no Serra que tinha como vice a Rita Camata do PMDB.
Na segunda eleição, depois do efeito dos adequados programas de bolsas sociais, o Lula ganhou no povão.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

O papel dos atuais partidos políticos brasileiros

Eu tenho uma proposta, vamos acabar com essa história de quem é o melhor partido, quem salvou o Brasil etc.
É mais claro como o dia que o PMDB foi o partido que derrubou a ditadura e conquistou a democracia.

O PMDB de Ulisses, Tancredo, Jáder, Hélio Gueiros, Raimundo Jinkings, Paulo Fonteles, Humberto Cunha, Carlos Sampaio, etc, etc, etc

Coisa que nem Lula ou Fernando Henrique, na época, tinham condições de fazer.
Depois veio a era do PSDB, de FHC, Mario Covas, Serra, Almir Gabriel, etc, etc, etc.
que domou a inflação e estabilizou a moeda com o plano Real.
O PT, de Lula, Paulo Rocha, Ana Júlia, etc, etc, etc, é o partido que está promovendo a diminuição das desigualdades e uma, ainda que tímida, distribuição de riqueza.
Em suma, nenhum tinha condições históricas de fazer o que seu antecessor fez e sem o que, o sucessor, também não cumpriria sua agenda.
Só que, para que cada um cumprisse seu papel, todos tiveram,
como o infeliz Fausto, de vender a alma para o diabo.
O diabo, como sabemos é um cara volúvel e assume muitos nomes: cão, satanás, tinhoso.
Na política brasileira, em cada momento teve um nome: Centrãbo, PFL-abo, DEM-abo, PMDeaBo.
Na era do Capital fabril, quando Goethe escreveu o seu Fasto, o diabo cobrava a alma no fim da vida.
Agora, o Capital Financeiro já leva uma parte em garantia e vai cobrando o resto em juros e prestações, com isso, cada um destes partidos perdeu parte de sua alma original e já tem um pouco da cara e da alma do diabo.
Missões cumpridas, deveriam se imolar e dar lugar para a criação dos novos partidos, capazes de pensar e governar o Brasil do século 21.
Isso seria a revolução brasileira que poderia dar rumo ao século 21, no ocidente, que convenhamos, tá complicado, e velho.
Mas, ninguém larga a carne seca quando está por cima dela.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Lei do ventre livre e etc

Protesto bem humorado mostra hipocrisia da lei francesa que proibe uso do veu.


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quarta-feira, 20 de abril de 2011

Uvas verdes

Metade das cidades-sede da Copa tem problemas com transporte, segundo o Ministério das Cidades.


Ainda bem que ficamos de fora.
Ainda bem que nossas elites são incompetentes, senão estariamos passando por estes constrangimentos.
É melhor ficar no nosso lugar esquecidos.

Mas se alguém desistir....

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E quem não tem dinheiro?

No JN matéria mostra que a encenação da Paixão de Cristo em Nova Jerusalém, Pernambuco, tem agora acessibilidade para cegos, surdos e para os chamados cadeirantes.
E pra quem não tem dinheiro?
O politicamente correto se preocupa com tudo, menos com o essencial, ou seja quer incluir minorias e se esquece da questão da inclusão da maioria.

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A Belém haveremos de voltar

Recebi da professora Maria Adelina Amorim, que participou recentemente do VIII Colóquio Luso-Brasileiro de História da Arte, esta declaração de amor à Belém que divido com vocês.

Ao Círio havemos de voltar,
A Belém, às suas casas, às ruas
Havemos de voltar

À Sé, aos retábulos
Aos cânticos e telhados
Mangueirais e parques
Teatros e mercados
Havemos de voltar

Havemos de voltar
Aos conventos, igrejas e claustros,
Mas também ao rio e seus igarapés
À Baía do Guajará
Havemos de voltar

Ao Teatro da Paz
Ver de novo O Guarani
Conversar com Carlos Gomes.
Deleitar o olhar no mangal da Garças
Acender velas por Landi na catedral

Havemos de voltar
Aos sermões de Vieira
À memória de Cristóvão de Lisboa
Ao Rio Guamá

Havemos de voltar
A ver o Peso na Feliz Lusitânia.
A seguir viagem com Pedro Teixeira
Ao miriti, cupuaçu, à maniçoba
Havemos de voltar

E de novo fazer
De Belém, terra de Natal…

(Ainda hoje hei-de ir à estação das docas de Belém de Lisboa encomendar o meu bilhete para Belém do Pará)

terça-feira, 19 de abril de 2011

O insigine viajante

Este causo perde-se na noite dos tempos, com varias versões.
Esta eu ouvi na casa de meu avô e os personagens são Barata e Getúlio.
O governador do Pará visitava o presidente Getúlio Vargas, na então capital federal, Rio de Janeiro, onde fora recebido pelo próprio, no cais do porto, com honras, pompas e circunstâncias.


No retorno à Belém o ministro da Justiça representou o presidente e deu-lhe o recado:
- Incumbiu-me o senhor presidente de transmitir ao insigne viajante os melhores votos de feliz viagem.
Respondeu Barata:
- Transmita ao insigne ficante meus sinceros agradecimentos.
O interessante desta história era a interpretação que a ela davam baratistas e anti-baratista.
Os últimos contavam-na para demonstrar a rudeza do governador. Já os seu admiradores, quando a admitiam como verdade, usavam-na para demonstrar a sagacidade do líder e comentavam.
- Barata, não gostando de receber as despedidas do ministro da Justiça, queria o presidente, ao se fazer de tolo, deu o troco.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

As aparêcias embananam



Agorinha mesmo no Fórum Landi, que recebe intalações da exposição Hélio Oiticica: Museu é o Mundo, um grupo de visitantes, entre os quais um professor e seus alunos, buscavam entender o significado desta intalação.
Várias interpretações: problemas do tráfego nas grandes cidade, a destruição da paisagem urbana, a falta de cuidado com o patrimônio.
Depois de colher os depoimentos, o professor arrematou:
Conhecendo a obra de Oiticica sabemos que suas preocupações não se perdem ao nível do meramente prosáico, Hélio quer nos mostrar a falta de rumo de nossa civilização que caminha para se chocar contra o muro.
Neste momento, o vigia cujo turno de trabalho havia acabado, sentou na moto, ligou o motor, saiu.... e fechou a instalação.

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A morte do multiculturalismo

Transcrevo a seguir artigo com o mesmo título de Eduardo Bomfim. *

Na década de setenta passada surgia na Inglaterra e nos Estados Unidos o neoliberalismo. Algum tempo depois, em 1989, Francis Fukuyama, norte-americano, até então um obscuro professor de História e Filosofia, publica um artigo, em uma revista de circulação restrita, intitulado “O fim da História” e posteriormente, em 1992, o livro “O fim da História e o último homem”.
Estava lançada uma das bases da maior ofensiva conservadora em escala planetária depois da segunda guerra mundial. Na verdade, Fukuyama era uma das figuras chaves do governo do presidente dos EUA Ronald Reagan.
Mas faltava algo que associado às teses neoliberais na economia e às ideias do “fim da História” completasse o arcabouço de uma doutrina de caráter estratégico que permitisse a construção de uma hegemonia em dimensão planetária.
Assim é que toma corpo definitivo, nos EUA e Inglaterra, um conjunto de políticas institucionais amplamente conhecidas como o multiculturalismo.
Tal foi o investimento midiático e a aceitação acrítica dessas ideias que elas se espalharam pelo planeta como algo incontestável, consagradas pelo termo imperativo do “politicamente correto”.
De acordo com muitos jornalistas, intelectuais, artistas de expressão nacional, etc., o “politicamente correto” é uma expressão utilizada para se exercer um novo tipo de censura, a “censura envergonhada”.
Todos esses fenômenos possuem origem na nova ordem mundial, em um mundo desenhado na hegemonia unipolar dos EUA.
O que se instalou foi uma época regressiva, ou contra-revolucionária, pobre de espírito, mesquinha, intolerante, de fragmentação social.
Portanto o que estamos vivendo é uma crise de civilização, associada a uma crise sistêmica da atual ordem econômica mundial, com a resistência dos povos a essa hegemonia, como ocorre atualmente no Egito e mundo árabe.
Esse multiculturalismo global transformou falsos conceitos em política de Estado. Assim foi no Brasil, nos últimos dezesseis anos, em duas gestões presidenciais distintas, com consequências perniciosas ao pensamento avançado no País.
Na semana passada o premiê inglês Cameron e a chanceler alemã Merkel em entrevista coletiva disseram que o multiculturalismo perdeu a sua utilidade e decretaram a sua falência. A criatura já não é mais útil aos seus criadores. Essa morte anunciada, sinal dos tempos, provocará um terremoto cultural no mundo. Ainda bem.

http://www.vermelho.org.br/coluna.php?id_coluna_texto=3808&id_coluna=16

* Advogado, membro do Comitê Central do PCdoB

sábado, 16 de abril de 2011

História de uma fotografia: a propósito da viagem de Gagarin

Em 1984 estando na União Soviética visitei o museu das conquistas econômicas do socialismo vigente.
Destaque especial era dado às viagens espaciais. Neste setor do museu havia uma foto do Gagarin junto com o Guevara, meus dois heróis, um da infância e o outro da juventude.
Acostumado com a eficiência dos museus ingleses, eu estudava em Londres neste momento, imaginei encontrar a foto na loja de suvenir. Nada feito.
Iniciei um busca por tal foto.
Com o advento da internet utilizei as máquinas de busca na esperança de encontrá-la. Nada. Achava outras fotos dos dois juntos, mas não a que havia visto.
Um Gagarin gordo e velho, que nada tinha a ver com o da tal foto e com o que eu conhecia das páginas da revista O Cruzeiro.

Em 2008 fui a Cuba e lá visitei o Museu da Revolução, muitas fotos da visita de Gagarin à Cuba, algumas com Guevara, mas a fotografia, mais uma vez não estava lá.

Foi quando fui visitar a pequena cidade de Sanctus Spiritus, passeava pelas ruas desta que é um dos patrimônios da humanidade, de repente em uma modesta casa havia uma placa indicando que ali funcionava o clube local de filatelia.

Entrei para conhecer, junto com os selos,

os simpáticos proprietários, mostraram um lote de fotos históricas da revolução cubana e entre elas, finalmente, a tal foto de Moscou.

Era a mais antiga e amassada de um lote de imagens do Che. Ninguém teria se interessado por ela.
Fui um susto.
Perguntei quanto custava temendo que meu espanto pudesse leva-los a aumentar o preço.
Me cobrou 3 dólares.
Comprei.
Agora, desde quando comecei a preparar este post que deveria ir ao ar dia 12 para comemorar os 50 anos da viagem de Gagarin, não encontro a foto. Já remexi tudo e não a encontrei.
Se um dia a encontrar, e ainda tiver meu blog, eu posto pra vocês.



sexta-feira, 15 de abril de 2011

Pará perde Hélio Gueiros


Pra mim a sua maior virtude era o bom humor.
O Dr. Hélio tinha a sabedoria de não se levar a sério, uma virtude bíblica, por isso era bem humorado.
As pessoas mais chatas que conheço, são as que se levam a sério, são empavonadas e transbordam empáfia.
Sua coluna no Diario do Pará beirava o Anárquico, eu adorava os P.S's do qual sou pobre imitador e as tais conversas na Assembleia Paraense.
À profa. Terezinha, companheira nas lutas por uma UFPA democrática, meus sentimentos.

P.S: Usei anárquico com letra maiúscula para deixar claro que estou me referindo à filosofia Anarquista.

São tantos os perigos destas ruas

Fui ao Centro Histórico acompanhando professores que vieram para a Reunião do Fórum Landi. Pediram para ver as novidades e fui mostrar o Palacete Pinho restaurado. Foi quando presenciei a situação que gravei encenando como se eu fosse um turista na Cidade Velha.
O video mostra, o som não esta claro, que é impossível chegar ao Palacete sem ir pelo leito da rua, já que junto ao poste, um caixa velha cheia de pregos impede a passagem.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Água bem do século

Este é o titulo do artigo de Delfim Neto na edição desta semana da Carta Capital.
Um trecho do artigo:
A conclusão, óbvia, é que a Amazônia precisa ser internacionalizada para evitar que utilizemos os cursos de água daquela bacia hidrográfica para produzir energia e proporcionar o desenvolvimento daquela região em nosso benefício exclusivo. Então, para começar, é urgente impedir a construção das hidrelétricas, enviando seguidas delegações de notáveis que se prestem a fazer o ridículo papel de defensores de etnias das quais mal conhecem a designação correta e certamente desconhecem a localização das aldeias (alguns acreditam que se trata de remanescentes de tribos astecas...).

Podemos dizer o que quiser do Delfim, menos que ele é um comunista enrustido e que agora, mais uma vez,  quer induzir o pacifico povo brasileiro à cultivar ódios contra povos que tem sido nossos amigos.
Para ler a integra do artigo click no link abaixo.
http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/selecao-diaria-de-noticias/midias-nacionais/brasil/carta-capital/2011/04/11/bem-do-seculo-coluna

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Conversando com o taxista

Peguei um taxi. Carlão o motorista, veio pra Belém em 1987.
- Fortaleza neste tempo era uma bosta comparando com Belém. Neste mesmo ano o Jereissati assumiu o governo do Ceará. Depois dele veio o Ciro Gomes e agora o irmão dele. Agora quem está uma bosta é Belém.
E a conclusão:
- Os politicos de lá são estadistas, pensam no estado, os daqui são bolsistas, só pensam no bolso.


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Capitalismo versus Socialismo


A Carta Capital desta semana, na coluna do Maurício Dias, reproduz dados de uma pesquisa feita pela Globe Scan e publicada no Espanhol El País que avaliou a adesão ao Capitalismo e ao Socialismo.
Nos EUA e Reino Unido, exemplos do neoliberalismo, a adesão ao Capitalismo é de 37% e 19% respectivamente.
Na Rússia, pátria da primeira revolução socialista, a adesão é de 9%.
E pasmem, a maior adesão é no Brasil onde 43%, estão de acordo.
Mas eu sempre soube que o PT era socialista!
Como explicar isso?
Maurício Dias ironiza: Seria o efeito Lula, salvador do Capitalismo no País?

Benedito Nunes – homenagem – Kenneth David Jackson

Kenneth David Jackson, professor de Literatura Brasileira em Yale-USA, é um dos muitos amigos do Bené mundo afora. Quando o convidamos para o VIII Colóquio Luso-Brasileiro de História da Arte foi logo perguntando pelo seu amigo e aventou a possibilidade de se hospedar na casa da Travessa da Estrela.
As circunstâncias não permitiram.
David foi um dos escolhidos pelo Colóquio para homenagear Bené.
São se sua autoria as fotos. Uma feitas anos antes e a segunda agora.( Para amplia-la click em cima)

Comemoramos hoje o nosso amigo, Benedito Nunes, um homem generoso e fino, dedicado ao ensino e ao saber, à filosofia, às artes e à literatura, leitor e pesquisador incansável, escritor e professor entre os mais eminentes do nosso tempo. Estudou na Sorbonne, foi sempre chamado pelas grandes universidades, mas escolheu ficar em Belém, viver e trabalhar aqui, entre livros, colegas, alunos e familiares. Dedicou-se, nos seus muitos livros e ensaios, ao nexo entre a poesia e a filosofia.
Não conheço Belém sem Benedito Nunes. Belém sem Benê é como Paris sem a Torre Eiffel, Londres sem Big Ben ou Nova York sem o Empire State. Sumiu o que na cidade era mais essencial. E Benedito era de Belém. Era o Paris na América (Haroldo de Campos dizia que Benedito era de Belém de Paris). Uma das últimas publicações foi o livro que fez em parceiro com o escritor Milton Hatoum, A Crônica de duas cidades: Belém e Manaus (2006).
Conheci Benê em Belém, na casa-bibliotecas-auditório-galeria-orquidário da Travessa da Estrela, quando a rua ainda não era pavimentada. Ainda cheguei tarde para conhecer o Belém de antes, mas logo Benedito me levou para conhecer a casa das tias, antiga residência das duas tias simpáticas e acolhedoras que o criaram, onde pude sentir um pouco o ritmo e os prazeres que a cidade oferecia antigamente.
Na sua biblioteca, Benedito mostrou-me os volumes da expedição oitocentista, a Viagem Filosófica pelas Capitanias de Grão Pará, de Alexandre Rodrigues Ferreira, título em que Benê achou graça. Juntava os dois mundos que mais lhe interessavam: a ciência, o naturalismo científico, a curiosidade e a investigação, as viagens pelo mundo desconhecido e a filosofia, o mundo do saber em que ele sabia tão bem viver. Acho que esse título, viagem filosófica, serve muito bem para pensarmos e comemorarmos o Benedito, viajante que levou a sua estrela ao mundo e de volta a Belém. Era um viajante filosófico e viajante na filosofia.
Estivemos juntos há trinta anos em Austin, na Universidade do Texas, onde passou meio-ano como professor visitante. Os alunos que estudaram a literatura brasileira com ele nunca se esqueceram desse contato, da inteligência e simpatia dos seus seminários. E o professor também gostava muito da informalidade texana, de poder dar aula de tênis e sem gravata. Graças a Austin, começamos a nossa troca de mercadorias: eu trazia pequenas tortas de pecã a Belém – uma noz típica do sul de que se faz bolos e tortas -- e ele me esperava com bombons de cupuaçu. Gritava do balcão de Val de Cans, “Trouxeste pecã?” Estivemos juntos em Paris, onde compartimos passeios e aventuras, anos depois num congresso em Yale, e em tantas outras cidades. A primeira palavra da minha filha Sophia era “Gabi”, nome do cachorrinho da casa. Mais recentemente as companheiras de leituras foram as gatas.
Benê se interessava muito na linguagem e nas pessoas. Numa viagem que fizemos de Santarém a Óbidos, de barco, ele anotava num pequeno caderno as frases e palavras típicas do piloto, com a mesma atenção que dedicaria, como ensaísta literário, ao ‘drama da linguagem’ em Clarice Lispector. Pesquisador, pensador, leitor. Dedicou-se não apenas a temas e problemas filosóficos, mas à literatura, com ensaios que contam entre os melhores do gênero. Entendeu a relação entre a palavra e a vida. Sempre apoiava o valor e a necessidade da expressão poética, não apenas em grandes figuras, como o Drummond, mas também nos livros que chegavam de muitos poetas, do Brasil inteiro, todos lidos com atenção, e na poesia de colegas e companheiros de geração. Quando Clarice ligou para perguntar, angustiada, “Benê, será que a minha obra vale alguma coisa?”, o nosso filósofo deu o apoio essencial, existencial e humano que lhe era característico.
Benê dedicou um ensaio à obra poética de Mário Faustino -- cujo retrato ainda ocupa lugar de destaque em casa -- afirmando a unidade de uma obra dispersa: “a unidade da obra poética inquieta e vária de MF,feita de tantos contrastes, mais nos apercebemos o quanto ela envolve a vida do poeta e o quanto é difícil separa-la da atividade critica que a prolongou no plano do pensamento conceptual” (20). Ainda explica os traços pertinentes de modernidade poética de uma maneira clara e direta: “O que se chama de poesia moderna provém, em larga medida, desse papel ativo, que realça, neutralizando a função prático-comunicativa da linguagem, o estado de coesão da palavra com o objeto, da significação com a coisa, próprio do mito. Daí derivou um novo culto da palavra, bem diferente, por certo, do ceremonial... da eloqüência, e que se aproxima dos rituais mágicos verbais de encantamento.” (24) Através de sua obra critica, divulgou e valorizou a obra de poetas de Belém, como Max Martins e Age de Carvalho. Prefaciou livros de poesia de colegas. No prefácio ao livro de versos, “E todas as orquestras acenderam a lua”, de Lilia Silvestre Chaves, Benê nos dá uma lição de voz poética: “Todo poeta é uma caixa de ressonância... Poeta é um ser de companhia: voz retomando outras vozes, encobrindo-as, contestando-as, transformando-as e sendo por elas transformada.”
Com a perfeita companheira, Maria Sylvia, apoiaram e estimularam tanto a música, do Teatro da Paz, como as artes plásticas, em artistas como Dina de Oliveira e Emmanuel Nassar, e o teatro. Imaginem a minha sorte, de estar em Belém para os saraus artístico-musicais semanais da Travessa da Estrela: um bom filme, uma ópera, e muito convívio que acabava nas altas horas com sorvetes tropicais.
Eu e a minha família tivemos o privilégio de uma longa amizade com esse homem de filosofia e letras, um dos grandes escritores e intelectuais do Brasil. Queríamos que continuasse para sempre. Benedito continuará sempre presente na nossa memória como guia, exemplo máximo de uma vida dedicada ao saber, às letras e artes, e pela sua bondade e generosidade, intelectual e pessoal. Ficará sempre entre os seus livros e amigos, e nesta Universidade, transformado em palavra, através de sua obra. Prestamos a nossa homenagem a esse amigo sem par, homem universal de idéias e de letras, scholar exemplar de Belém.
Kenneth David Jackson

terça-feira, 12 de abril de 2011

A proibição do véu islâmico na França

Será que a proibição do véu vai melhorar a convivência entre ocidente e oriente?
Será que é um exemplo de pluralidade?
Será que é um exemplo de tolerância?
Será que é uma afirmação do multiculturalismo pregado pela Europa?
Ou é de fato o enterro desta ideologia, como já anunciaram David Cameron e Angela Merkel.


P.S: E se os países islâmicos retaliassem, obrigando que os franceses, quando naqueles países, usassem as roupas locais.
O mundo caía.

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Fadesp repensa seu futuro

Para repensar seu modelo de atuação, a FADESP realiza workshop na UFPA.
Presente a comunidade científica e representantes do mundo empresarial.
Parabéns ao prof. João Guerreiro pela iniciativa.



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Bresser Pereira deixa PSDB acusando-o de direita

Depois de se desligar do PSDB, Bresser Pereira deu entrevista ao Jornal Valor do Grupo Carta.

Valor: Quando o senhor considera que o PSDB começa essa trajetória para a direita?
Bresser-Pereira: O Fernando Henrique teve dois azares: o primeiro foi que governou o país no auge absoluto do neoliberalismo, enquanto Lula governou no momento em que o neoliberalismo começa a entrar em crise; e o segundo é que seu governo não gozou do aumento dos preços das commodities de que o Lula desfrutou. Mas o fato concreto é que no governo Fernando Henrique o partido já caminhava para a direita muito claramente. Daí o PT ganhou a eleição e assumiu uma posição de centro-esquerda, tornou-se o partido social-democrata brasileiro — e o PSDB, naturalmente, continuou sua marcha acelerada para a direita. Nas últimas eleições, ele foi o partido dos ricos. Isso, desde 2006. É a primeira vez na história do Brasil que nós temos eleições em que é absolutamente nítida a distinção entre a direita e a esquerda, ou seja, entre os pobres e a classe média e os ricos. E um partido desse não me serve, seja pela minha posição social-democrata, seja pela minha posição nacionalista econômica tenho horror profundo e absoluto do nacionalismo étnico. Acho que a globalização é uma grande competição a nível mundial, quando todos os mercados se abriram, e passou a haver uma competição global não apenas das empresas, mas dos países. E você precisa, mais do que nunca, uma estratégia nacional de desenvolvimento.

Quem quiser ler toda a entrevista click no link abaixo.
http://www.conversaafiada.com.br/politica/2011/04/08/bresser-deixa-o-psdb-e-critica-entreguismo-de-fhc/




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sábado, 9 de abril de 2011

Conferência em feitio de oração, minha manifestação na II Reunião Internacional do Fórum Landi

Conferência em feitio de oração
ou 
Ladainha civil para Santo Antônio Landi
Tempo do Princípio 
No princípio
Assim está escrito no capítulo fatal do evangelho segundo Antônio Vieira:
A cidade de Belém, rincão ou arrabalde da América onde a glória tão heroicamente adquirida” pela cristandade, “se havia de escurecer e profanar”,  poderia ser pátria do Anticristo”
Tempo do meio
No meio do tempo
do tempo do meio
Iluminismo tardio
Sebastião José de Carvalho e Melo de Oeiras e Pombal
Despotismo esclarecido
e seu irmão do coração
Francisco Xavier de Mendonça
O Mão-de-Onça no comando da mudança:
Instruções Régias Públicas e Secretas
Esta carta acompanhará a lei que El Rey Nosso Senhor estabeleceu para restituir aos índios [deste estado] a liberdade que lhes era devida, e aos povos deles os operários que até agora não tiveram para cultivarem os muitos e preciosos frutos que abundam estas terras.
Supressão do poder temporal dos Religiosos
Liberdade para os índios
ou o direito dos índios de serem escravizados pelos “homens bons” e não só pelas ordens
Diretório dos Índios
Português vs. língua geral
ambas estrangeiras.


Incentivo ao casamento de brancos com índias
O sexo como política de estado
O amor construindo o império
Conceda-se a cidade do Grão Pará as mesmas dignidades da cidade do Porto.
Cidade real
Santa Maria de Belém capital do Grão Pará e Maranhão
Cidade do Salvador capital do Brasil
Demarcação dos limites 
João Angelo Brunelli
Padre Ignacio Szentmartonyi, [dizem que era espião]
Sebastiao José da Silva
Gaspar de Gronsfeld
Gregório Guerreiro Camacho
Adam de Breuning
Enrico Antonio Galuzzi
Philippe Sturms
Manuel Gotz
e Guiseppe Antonio Landi
Antônio José Landi
Alma Mater
o Demiurgo
Tudo cria tudo muda.
A nova fachada da Sé, mais clara, mais lúcida
[turris eburnea] entre Lisboa e Bolonha.
Os desenhos em Santo Alexandre: fina  e exata geometria.
No Carmo, plantando palmeiras de Palladio na selva.
Santana a abóbada celeste, ali, ao alcance das mãos.
São João: matemática, surpresa e rapto.
O palácio: sólido e sóbrio. Frente portuguesa. Verso italiano.
O jardim: Locus amenus, abstrato e lírico, jardim de Alice
mil e um noites, mil e uma histórias, tudo cabe nesta porta aberta
O edifício sede da Companhia de Comércio do Grão Pará e Maranhão
O teatro só uns poucos testemunhos 
“Drama recitado no Teatro do Pará ao principio das óperas e comédias nele postas, pelo doutor Juiz Presidente da Câmara, e vereadores, do ano de 1793, em aplauso do fausto nascimento de sua Alteza Real a Sereníssima Senhora D. Maria Teresa, Princesa da Beira e presuntiva herdeira da Coroa de Portugal”.
Chegai, ó povos, 
Ninfas, chegai, 
As áureas liras 
Ledos pulsai 
À Real Prole 
Louvores dai.
O quartel dos soldados
e o Hospital Real de novo se movendo entre versos e reversos, entre lusos e italianos.
cidade real
realmente uma cidade
A arquitetura que tecendo-se em cidade
transmutou o arrabalde em pólis
polinizando na floresta outras urbes,
espelhos menores da matriz-madre-matrix
cidade de Belém do Grão Pará
Este foi tempo de glória
tempo da glória que devemos a Antonio José Landi
A.J.L.
depois, neste tempo do meio 
no meio da terra grande
do rio grande
na terra do meio do grande rio Pará
ainda um pouco de glória
no tempo de A.J.L.
Antonio José Lemos
Que mistérios têm estas três letras no destinos da cidade de Santa Maria,
na Infeliz Lusitânia?
onde a glória tão heroicamente adquirida” pela cristandade, “se havia de escurecer e profanar
A.J.L. de 
Antônio José Landi e de 
Antônio José Lemos
O fato que Lemos saiu corrido como um bicho que se bota pra fora de casa enxotado, cuspido, rasgado, 
enxovalhado como um cão sem plumas
(e um cão sem plumas é mais que um cão saqueado)
terra de filhas da puta, tinha razão o Semblano, que entrou no credo, como profeta boquirroto
Porque disse o que não deveria ter dito.
Porque disse o que não queríamos ouvir.
Malditos os que falam a verdade!!
Depois
finis
o tempo do fim
Finis terra
fim da terra 
buraco do mundo
buraco fundo do mundo
Cu do mundo este nosso sítio
onde a glória tão heroicamente adquirida” pela cristandade, “se havia de escurecer e profanar”, 
a mais triste nação 
na época mais pobre
nunca mais glorias, nunca mais luzes, nunca mais coisa altas, nem claras nem grandes 
Errante em sua própria geografia 
entre palmeiras
e mangue
vazando o sangue de seus rios
vazando seus esgotos seus mortos
A cidade ficou muda.
Uma cidade que não fala
uma cidade que não ri
uma cidade que se cala e não canta
já não é mas uma cidade
Lamentaçoes:
Como está abandonada a cidade tão povoada! 
É imensa a sua decadência, e ninguém vem consolá-la.
Em baixo dela, os esgotos; nela mesma, não tem nada; em cima dela, fumaça. 
Nela nós vivemos, rotos,
a nossa vida frustrada, 
Ela chora pela noite adentro, lágrimas lhe inundam as faces, ninguém mais a consola de quantos a amavam. 
Seus amigos todos a traíram, seus inimigos estão no poder.
Apossaram-se dela seus opressores, e tranqüilos vivem seus assassinos
Nestes dias de males e vida errante, recorda-te Belém das delícias dos tempos idos. 
Lembrai-vos, do que nos aconteceu. Olhai, considerai nossa humilhação. 
e é por isso, que agora,
vimos em busca de um milagre
Se milagres desejais,
Recorrei a Santo Antônio;
Santo Antônio Landi de Santana 
Tende piedade de nós!
Porque a cidade esta quebrada
Os espaços fraturados
E o povo humilhado
Tende piedade de nós!
Porque perdemos a importância
Por que tudo anda sujo
E se alastra a ignorância
Tende piedade de nós!
Porque ainda se mija nos muros
Aumenta a imundice e 
cresce a sem vergonhice
Tende piedade de nós!
Porque triunfam as nulidades, 
e agigantam-se os poderes nas mãos dos maus,
Tende piedade de nós!
Mas agora, tá na hora de dar a volta por cima
uma cidade de moral não fica no chão
Cesse tudo o que a velha musa chora
um poder mais alto se alevanta
Prá sair deste baixo astral,
Belém de Landi: Patrimônio Mundial
Porque a obra de Landi é singular no Brasil.
Porque une e integra culturas de varias cidades, países e continentes.
Porque foi produzida com os saberes de índios, brancos e negros.
Porque estão referidas a um momento singular da integração da Amazônia no cenário, mesmo que trágico, da primeira globalização.
Porque cidades são para brilhar não para morrer de sono.
Porque ao Pará vai fazer bem.
Bembelelem
Um projeto,
um diagnóstico,
um processo.
tem que ser de todos
tem que ser muitos
tem que ser de quase todos
tem que ser dos que quiserem
inventários
fotos 
levantamentos precisos
e levantamentos sem contornos
que não cabem na prancheta, que não cabem no papel
na CPU, no monitor de um computador:
- Nesta igreja me batizei.
- Naquela igreja eu me casei.
- Ali velei meu avô.
- Aqui as bodas de meus pais.
- Foi na igreja de São João que aquela desgraçada casou com a meu melhor amigo.
levantamentos precisos
de corpos e almas
do entorno e do contorno
do tempo impalpável
da roda, do fuso, das parcas, dos usos
o palpável e o volúvel
mil olhos, reais e eletrônicos
para todos os lados
scaner, raio x, e laser 
de todas as óticas
mil visões
o objeto de estudo > objetivamente
o objeto de análise > analiticamente
e tudo [sempre] subjetivamente
Chamar a todos
validar com todos
mais do que um compromisso
uma fusão [incestuosa e pagã] da cidade e seu habitantes
com seu santo padroeiro
como na Grécia antiga
como nas velhas tribos
onde deuses cidades e gentes eram uma coisa só.
Para que assim, de novo,
a cidade possa falar
cantar, sorrir, dançar
Cidade das mangueiras
Cidade amável
cidade admirável
cidade criativa
cidade civil
cidade urbanizada
cidade civilizada
cidade louvável
cidade poderosa
cidade maravilhosa
cidade clemente
cidade igualitária
cidade livre
cidade libertária
cidade fraterna
cidade justa
Sede da sabedoria
Causa da nossa alegria
Nestes termos
peço deferimento






Citações
feitio de oração
Noel Rosa, Feitio de Oração
A cidade de Belém, rincão ou arrabalde da América onde a glória tão heroicamente adquirida” pela cristandade, “se havia de escurecer e profanar”,  poderia ser pátria do Anticristo”
Padre Antonio Vieira, Sermão da Epífania.
Esta carta acompanhará a lei que El Rey Nosso Senhor estabeleceu para restituir aos índios [deste estado] a liberdade que lhes era devida, e aos povos deles os operários que até agora não tiveram para cultivarem os muitos e preciosos frutos que abundam estas terras.
Carta do Marques de Pombal ao seu irmão Mendonça Furtado.
mil e um noites, mil e uma histórias
Haroldo de Campos, Galáxias.
“Drama recitado no Teatro do Pará ao principio das óperas e comédias nele postas, pelo doutor Juiz Presidente da Câmara, e vereadores, do ano de 1793, em aplauso do fausto nascimento de sua Alteza Real a Sereníssima Senhora D. Maria Teresa, Princesa da Beira e presuntiva herdeira da Coroa de Portugal”.
Chegai, ó povos, 
Ninfas, chegai, 
As áureas liras 
Ledos pulsai 
À Real Prole 
Louvores dai.
e um cão sem plumas é mais que um cão saqueado
João Cabral, Cão sem plumas.
Cu do mundo este nosso sítio
a mais triste nação 
na época mais pobre.
Caetano Veloso, Cu do mundo.


entre palmeiras
e mangue
vazando o sangue de seus rios
vazando seus esgotos seus mortos

Ferreira Gullar, uma fotografia aérea.
Como está abandonada a cidade tão povoada! 
É imensa a sua decadência, e ninguém vem consolá-la
Jeremias, Lamentações.
Em baixo dela, os esgotos; nela mesma, não tem nada; em cima dela, fumaça. 
Nela nós vivemos, rotos,
a nossa vida frustrada,
Berthold Brecht, Sobre as cidades.
seus inimigos estão no poder
Cazuza, Ideologia.
Se milagres desejais,
Recorrei a Santo Antônio
Responsório de Santo Antônio
Porque triunfam as nulidades, 
e agigantam-se os poderes nas mãos dos maus
Rui Barbosa, Discurso.
dar a volta por cima
Paulo Vanzolini, Volta por cima.
Cesse tudo o que a velha musa
Camões, Os Lusíadas.
para brilhar não para morrer
Maiakóvisky, Gente é pra brilhar.
Bembelelem
Manuel Bandeira, Belém do Pará
Sede da sabedoria
Causa da nossa alegria.
Ladainha da Virgem Maria.