quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Lei da gravidade e outras derrubam prédio

É claro que o edifício Real Class caiu em decorrência da lei da gravidade, podendo, para isso, ter contribuído: erro de cálculo, especificação errada, execução mal feita.

Como não se poderá arrolar no processo o responsável pela lei universal, quem vai pagar o pato são os irmãos-inimigos dos arquitetos, os engenheiros civis.
Para um entendimento mais amplo da questão tentarei construir aqui marcadores do cenário onde o sinistro aconteceu:
  1. A economia brasileira vinha de anos de baixo crescimento, a de Belém mais ainda.
  2. Os negócios imobiliários, sempre acompanham o ritmo da economia.
  3. Economia lenta, negócios lentos, baixa demanda por inovação tecnológica.
  4. Baixa demanda por tecnologia, poucos recursos para as universidades produtoras deste capital.
  5. De repente, no BRasil, PAC, os negócios começam a acelerar!!
  6. Mas, nos Estados Unidos uma crise sem precedentes é provocada pela explosão de uma bolha financeira baseada em negócios imobiliários.
  7. Analistas apontam que este crescimento do mercado da construção no Brasil pode seguir o caminho do irmão do Norte.
  8. Aproveitando as oportunidades de crédito, todos: bancos, incorporadoras, construtoras, operários, trabalham a toda velocidade.
  9. (Há décadas a Universidade avisava que as técnicas construtivas no Brasil eram atrasadas e de pouca produtividade, o que se explicava pela baixa oferta de emprego, que determinava baixos salários também).
  10. O mercado da construção, para atender a velocidade das demandas represadas, vai em busca de novos processos, tecnologias e materiais edilícios.
  11. A Universidade que havia sido mantida com poucos recursos até o segundo governo Lula, não tem diálogo com o mercado nem parcerias com as empresas de construção para gerar produtos e processos inovadores e adequados as nossas condições.
  12. Algumas novas tecnologias, materiais e processos são importados.
  13. Essas tecnologias, materiais e processos, muitas vezes, não são conhecidos pelos operadores deste complexo sistema produtivo, dos operários aos donos das empresas, passando pelos engenheiros e técnicos.

E aí a lei da gravidade vem e atrapalha tudo.
Tirando vidas ....
destruindo sonhos...

5 comentários:

  1. nós moradores da cidade velha, residentes da rua dr malcher e ruas vizinhas estamos planejando interditar esta rua em função do intensivo fluxo de kombis ema vans que acabaram com a trnaquilidade de uma das princípias ruas desta área, além de ser um crime contra a preservação dos espaços históricos.

    Vamos fazer barulho.

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  2. Contem com o apoio da Blog, podemos daqui, fazer uma tuitada para aumentar a mobilizacao.
    Belem precisa de uma transporte coletivo publico de qualidade que opere com segurança.

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  3. Achei muito pertinente essas considerações que você faz sobre a falta de diálogo entre a universidade e as empresas de engenharia, em um ramo e uma região onde a pesquisa aplicada é crucial.

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  4. Gostei da análise, Flávio. Apenas faltou situar a responsabilidade da Prefeitura de Belém e do CREA sobre esse problemão que atrapalha a construção civil: a Lei da Gravidade. Não tem como revogá-la?

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  5. Se tivesse como revogá-la, tenhamos certeza de que o fariam... Em Belem, lugar onde o interesse privado sempre se sobrepoe ao publico

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