quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A Era das quedas

A história da humanidade tem sido contada como a história das quedas, desde a queda de Adão reprentada pelo estrondoso barulho: babadalgharaghtakamminaronnbronntornnerrontuonnthunntrovahhhounawnskawntoohoohoordenenthurnuk, criado por James Joyce em Finnegans Wake, passando pelas quedas de Cristo rumo ao Calvário, do Império romano, de Napoleão em Waterloo, a queda do Nazismo, a queda do muro de Berlin, e a recente queda de Wall Street.
Mas poucas vezes na História se viu tanta gente, tantos regimes, tantas verdades caindo, além de edifícios em Belém, é claro.
Os que acreditavam que a WEB era o espaço da nova utopia, da liberdade de expressão e até, verdadeiro espaço de livre comércio e de movimentação de recursos financeiros viram este mito cair.
No recente episódio dos wikileaks, os apoiadores de Assange não poderam transferir recursos financeiros para a organização dele, já que os mecanismos de transferências foram trancados pelos controladores dos sites tipo PayPal e dos cartões de crédito.



No Egito, o agonizante governo Mubarak, cortou o acesso às redes sociais nos primeiros dias das mobilizações. Só reabriu depois que a opinião pública internacional e os apoiadores externos do déspota (EUA e OTAN) exigiram que ele assim procedesse.
A lição destes fatos: a Internet não é universal, democrática nem igualitária, nela se reproduzem as contradições do mundo real e portanto a velha luta de classes.
Para que ela possa ser de fato este espaço libertário fora do controle e censura estatal e dos interesses das grandes corporações é necessário criar estruturas alternativas na rede e estas não é Facebook, Google, Twitter, PayPal, etc.

Um comentário:

  1. Caro Flávio
    Assim como muitos previram e acreditaram no fim da História e das ideologias, como se ideologia fosse algo que se pode mudar dá cá aquela palha, houve quem predisse o fim das utopias, pois, o utilitarismo do consumo e das imediatas necessidades que ele cria, iriam determinar esse desenlace. Tanto de um modo, quanto doutro, os augúrios falharam e la nave va.
    No caso da Internet, muito além das ilusórias fantasias capitalistas de um big brother cultural, como defende um tal de Stallman, que gostaria "universalizar" a cultura através de constantes remixagens do que já foi produzido, há algo muito importante - o controle final da Internet é do Pentágono. E além disso é preciso que tenhamos em conta que nem sempre a liberação de qualquer conteúdo através dos mass media significa democratizar e ser em benefício do ser humano. Assim, neste momento, em que o sistema luta para continuar o seu processo de rapina e acumulação, só nos resta lutar para que os conceitos de liberdade e democracia, longe de significarem licenças "para matar", tenham o bem-estar humano como limite e valor.

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