sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Pelo JBibas visitei La Bombonera

Caro Amigo,
Em sua homenagem visitei La Bombonera, onde o Paysandu conquistou um dos maiores feitos do futebol paraense.
Evidentemente que isso é apenas uma demonstração de tolerância, que em nada abalou minhas convicções azulinas.



O estádio é bem feioso, mas tem painéis interessantes que contam a história do bairro de trabalhadores portuários onde nasceu o clube que é uma paixão portenha.






Location:Ortega y Gasset,Ciudad Autónoma de Buenos Aires,Argentina

Tô no Face

O palhaço na rua informa,



Agora estou no Facebook.



Location:Arce,Ciudad Autónoma de Buenos Aires,Argentina

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Mi Buenos Aires querido !

BA é uma cidade belíssima, com largas avenidas, parques e monumentos.



Mas parece que o prefeito é o mesmo de Belém, há muito lixo na rua por recolher.



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Picada !

Quer uma?
Há serviço de entrega a domicilio.



Picadas, são os nossos tira-gostos.

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Antes que se acabe a quadra natalina 2010

É preciso registrar,  enquanto Belém tem uma decoração de Natal medíocre e provinciana, Benevides é show. Foi até referência no Jornal Nacional.

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terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Alô, alô!!!

Mergulhei no Rio Guamá e boiei sabe aonde?
Boiei em frente a Buenos Aires.
Estou aqui com "los hermanos".
Vim gastar minhas milhas. Eu e mais um milhão de brasileiros tivemos a mesma idéia, isso quer dizer que, um em cada quatro habitantes da cidade é brasileiro.
O Português é língua franca aqui, nem precisa dos artifícios do portunhol.
Vou mandando notícias.


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domingo, 26 de dezembro de 2010

Na cama com Assange

Conheça detalhes do processo que envolve o criador do Wikileaks.

As queixas foram feitas por duas mulheres, cujos nomes reais não foram revelados. A Justiça sueca chama-as apenas por “Miss A” e “Miss W”.
Depois se ficou sabendo que são Anna Ardin e Sofia Willen
No início de agosto, “Miss A” convidou Assange para encontrar-se com ativistas de uma ONG de esquerda em Enkoping, Suécia. Além disso, sugeriu que ficasse em sua casa. Fizeram sexo, a camisinha furou.
Na noite seguinte, “Miss A” participou do encontro de Assange com os ativistas, chegando inclusive a coordenar o evento — ao qual compareceu “Miss W”, sentando-se na primeira fila do auditório. Ao final da atividade, “Miss W” e Assange estavam entre um grupo que se dirigiu para um bar. “Miss W” teria lançado olhares insistentes para Assange, segundo testemunhas. Num certo momento, deixaram o grupo e foram, apenas os dois, a um cinema. “Miss W” revelou que ela e Assange fizeram sexo oral. Dormiram juntos e transaram — à noite e na manhã seguinte, desta vez sem camisinha.
“Miss A” e “Miss W” acabaram se conhecendo. “Alguns dias depois”, segundo relato de ambas, foram a Estocolmo e queixaram-se à polícia. “Miss A” afirmou desconfiar que Assange estourou a camisinha de propósito. “Miss W” disse que o sexo pela manhã havia sido sem seu consentimento. O oficial que as atendeu aconselhou “Miss W” a queixar-se de estupro; e “Miss A”, de abuso.

Está maluca a sociedade cujo Estado interfere assim na vida privada de seus cidadãos.

Brasileiros e brasileiras, afogueados pelo sol do equador, cuidado quando forem para aquelas bandas polares que congelam os sentimentos e os prazeres!

Se quiser ler mais clique.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Corrente pra frente

Nada mais chato do que essas correntes que circulam na Internet.
Eu nem abro, vou logo deletanto.
Não sei porque, resolvi ler esta.
Não sei quem é o autor, pouco importa.
Estava em Espanhol, fiz uma tradução livre dos trechos que me pareceram mais universais e menos caretas.
É demolidora de egos.
Ou como diriam os adeptos da auto-ajuda: uma lição de vida.

Feliz o que sabe rir de si mesmo;
porque nunca terminará de se divertir.

Feliz os que é suficientemente sábio para não se levar a sério:
porque será agradável para quem o rodeia.

Feliz o que sabe descansar e dormir sem buscar desculpas;
porque será sábio.

Feliz o que está atento às necessidades dos outros sem se sentir indispensável.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Para a Angica e para a Georgia, que me pediram mais postagens

A imagem abaixo, - se imaginada com o fundo musical de um "crássico" como "jingo bel" ou da voz da Simone cantando "então é natal ...." - poderia inspirar, em muitos, aqueles sentimentos associados às festas de fim de ano: amor, solidariedade, generosidade.
Mas não para personagens de histórias de quadrinhos como Hans e Fritz (Sobrinhos do Capitão) ou os skrotinhos do Angeli e quem sabe o Fradim do Henfil, estes, dos altos pavimentos do shopping cuspiriam nos que passam lá em baixo.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Ano Novo Cara Nova

Estou testando esta nova cara para o Blog.
Não aguentava mais a outra.
Quem quiser me ajudar opine.
Diga se gostou.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Heróis para quem precisa de herói

Napoleão foi um herói general que se tornou imperador.

Lenin foi um herói intelectual de paletó e gravata.

Gandi herói humilde de sandálias e cingido por uma túnica branca.

John Lenon, herói pop romântico e nu.

Julian Assange um hacker com contas na Suíça ...

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Pedro Ayres: um amigo no ciberespaço


Meu ciberamigo Pedro Ayres não conheço pessoalmente.
Pelo perfil de seu Blog Crônicas e Críticas da América Latina, soube que ele é paraense nascido em 1938, jornalista que começou a vida profissional no jornal a "Província do Pará".
"Foi em Belém que ingressei no Partidão, participando de forma bem ativa das lutas políticas e populares, até vir para o Rio de Janeiro. No Rio de Janeiro, idos de 1960, além da vida partidária clandestina e a militância na UNE continuei jornalista. "Última Hora", "Correio da Manhã" foram alguns dos periódicos em que trabalhei."
Foi correspondente da "Reuters" e se mudou para Buenos Aires. Mais tarde militou na ALN e foi fundador do PDT de Brizola.
Pedi-lhe uma foto para ilustrar este post ele respondeu:" Infelizmente a única foto que tenho é a que vai em anexo. Sou de uma época em que ser jornalista era ser anônimo e em política ser clandestino".


Pedro tem sido um comentarista assíduo deste Blog, recentemente me mandou um comentário que achei oportuno reproduzir aqui, pois mostra como se formaram as mentalidades de uma geração de brasileiros.

Caro Flávio
Pertenço a uma geração bem interessante, pois, ao mesmo tempo em que adotávamos a II Guerra Mundial como uma referência existencial – todos éramos da geração “post-guerre”, também convivíamos com o massivo ataque ideológico dos filmes e músicas estadunidenses, o que nos permitia uma abertura mais ampla sobre quase tudo. E tudo isso recheado de certo romantismo que os partisans e os incipientes movimentos anticoloniais e antiimperialistas estavam a criar e tinham criado. O engraçado é que sentíamos a necessidade da construção do Novo, de um mundo novo, de um Brasil novo.
Num certo sentido, a II Guerra Mundial tinha nos obrigado a olhar o mundo como um todo, não mais a partir da visão colonialista que nos obrigava a olhar sempre na direção da metrópole. Pode-se dizer que a II Guerra Mundial foi o princípio da moderna globalização. Era o marco final de uma etapa histórica e o início de outra, fosse pelo fim da economia política apoiada e sustentada pelo poder de algumas potências, fosse pela inexorável ascensão política e objetiva do imperialismo das empresas transnacionais.
Creio que entre os anos de 1940/60, mesmo envolvidos culturalmente entre os românticos apelos do existencialismo engajado de um Sartre, a beleza de Juliette Gréco, a inteligência de Simone de Beauvoir, o modernoso existencialismo de Françoise Sagan e as receitas estéticas da Nouvelle Vague, quase que a transposição dos conceitos da Bauhaus para o cinema. É claro que havia tempo para se cultuar o neo-realismo italiano e o cine noir dos EUA, isso sem contar a admiração pela belo cinema produzido pelo Leste Europeu. Para os mais jovens, os que estavam ingressando na Universidade, havia um grande choque entre o formalismo acadêmico e o seu rígido modelo de reprodução ideológica. Ou seja, era o mais perfeito nicho do velho, do superado e do errado, segundo as sensações que este novo mundo - criado pela Guerra – produzia.
O resultado era pensar noutro novo. Um novo que agregasse as virtudes daquela geléia real, o que incluía até a elaboração de outra economia política e a adoção do planejamento coletivo como forma de agir. Entretanto, o que era mais sintomático daquela época, o verdadeiro produto da geléia real, foi à elaboração das propostas nacionalistas não-xenófobas e a compreensão do Brasil como um todo e ao mesmo tempo fracionado. O Brasil, para nós, era a hipótese e a síntese ao mesmo tempo.
Assim, com esse modo de pensar, empírico e sem experiência anterior que o justificasse, algumas questões concretas ganham corpo, até que no início dos anos de 1960, fruto do amadurecimento da prática social brasileira e do mundo subdesenvolvido, há um estalo crítico que irá servir como base para tudo o que seria feito depois, tanto na área estudantil, quanto no campo da ação política. Esse estalo teve dois importantes eventos como marcos – a criação do Centro Popular de Cultura da UNE e o Manifesto do CPC.
Um estalo que teve como substrato as idéias que circulavam no ISEB, graças a intelectuais e pensadores como Guerreiro Ramos, Alvaro Vieira Pinto, Nelson Werneck Sodré e Ignácio Rangel, que pretendiam realizar a formulação de um pensar político brasileiro a partir do conhecimento da própria realidade nacional. Todos esses pensadores foram importantes, entretanto, um deles, Guerreiro Ramos, ao realizar a critica da fenomenologia e advogar o existir de uma ciência social brasileira através de seu livro “Redução Sociológica”, de 1958, forneceu armas para o nacionalismo que se gestava.
Hoje em dia, muitos tentam identificar aqueles idos a partir dos re-atualizados conceitos de nacionalismo e populismo, quando na verdade, a despeito da forte influência política do PCB - o Partidão, que dava a maioria dos quadros pensantes daquela época, as alterações se originaram da fonte básica – a divisão internacional do trabalho. Um quadro que, embora apresentasse sinais externos de mudança, com o fim do colonialismo e o avanço daquilo que Eisenhower chamou de Complexo Industrial-Militar, parecia ser um continuum dos tempos anteriores à II Guerra Mundial, com Estados colonialistas ou imperialistas. Uma análise que hoje sabemos ser equivocada.
Foi, pois, a partir desse caldo de cultura que o Movimento Universitário, fortemente estimulado pelos projetos educacionais de Anisio Teixeira e Darcy Ribeiro, mais as influências democratizantes da Universidade argentina, dá início a uma série de seminários e semanas de estudos, não só sobre a questão Universitária e Educacional, mas, sobretudo sobre a necessidade de um projeto desenvolvimentista nacional que olhasse para o Brasil de uma forma distinta da que até então tinha vigorado. Era preciso ver o país como uma grande unidade, mas, com necessidades regionais específicas de crescimento econômico-social.
A tarefa de pensar o Brasil, de região por região, de sistematizar os problemas e apresentar hipóteses de solução, junto com o sentimento de maior inclusão democrática, fosse no campo da produção, fosse na área educacional, era a nossa responsabilidade naqueles tempos. No caso da Região Amazônica, achávamos ser importante uma revisão naquela lógica rooseveltiana, tão bem clara nas linhas da SPVEA, pois, embora víssemos no Estado um elemento fundamental para os processos transformadores, acreditávamos ser possível um novo tipo de desenvolvimento. Um desenvolvimento capaz de ter as nossas riquezas naturais e a nossa experiência produtiva como fatores elementares.
Um exemplo era a questão da energia elétrica, enquanto a maioria defendia o permanente uso de termelétricas, nós apoiávamos a construção de pequenas hidrelétricas ao longo da vasta rede hidrográfica regional ou então, através do aproveitamento das correntes fluviais, da mesma maneira que em alguns lugares se realiza o uso da força das marés para produzir energia. Junto a isso, como não poderia deixar de ser, defendíamos a transformação da Universidade amazônica em centros de estudo, pesquisas e de formação de mão-de-obra altamente qualificada para realimentar o próprio sistema universitário, mas, acima de tudo, com capacidade para gerir um desenvolvimento integrado à realidade física e humana da Região.
É, pois, muitíssimo importante que o país volte a se debruçar sobre esses problemas e questões. Temos que voltar a reaprender a pensar o Brasil com uma mente brasileira. E no caso da Região Amazônica, ou do Estado do Pará, fugir de idéias e teses imediatistas, como as que pregam a subdivisão administrativa como meio para um crescimento possível, pois, a sua base é falsa e predadora. Ainda que possa ser acusado de saudosista e ultrapassado, ouso dizer que aqueles sentires e pensares estão de volta. Não podemos perder esta oportunidade de encontro com o futuro e de mantermos a nossa região como o que sempre foi, reserva de riqueza, bem-estar e beleza.
Flávio. Peço que me desculpe pelo longo, texto, mas, palavra, não seria possível escrever menos.
Um grande abraço e
Grato
Pedro Ayres

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Chega de saudade


Hoje 16 de Dezembro estive no Largo da Mereces acompanhando uma equipe do Bom Dia Pará da TV Liberal para falar sobre a situação da área.
Realmente, é lamentável.
Muitas ações foram propostas para requalificar essa área do centro histórico, algumas bem intencionadas, todas fracassaram.
Por que?
Porque nunca se abandonou o saudosismo, sempre se pensou em fazer a João Alfredo e a Santo António voltarem a ser as ruas que foram antigamente. No tempo da borracha. Nos anos 60.
Isso é impossível !
Para pensar novos usos para a área temos que pensar que agora ela é uma zona de comércio popular e neste  contexto imaginar novas estéticas, novas estruturas urbana, novas formas de conviver, novas sociabilidades.
Isso envolve arquitetura, urbanismo e sobretudo um grande concerto social que envolva todas as partes interessadas: usuários, comerciantes, proprietarios, camelos, cidadãos.

Belém e os Ciclos econômicos

O ciclo extrativista das drogas do sertão deixou para Belém a Catedral, o Palácio dos Governadores e as outras obras de Landi.

O ciclo extrativista da borracha, a praça da República, o Teatro da Paz, Batista Campos, os bairros do Marco e da Pedreira, o traçado da Almirante Barroso.

O ciclo extrativista dos minérios, o que vai deixar?

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Conselho do Bom Velhinho


Além do essencial, não consuma.
Além de uma vida digna e suficiente, não consuma.
Além de preservar o planeta, não consuma.
Além do que seja moral, não consuma.
Além do que te satisfaz, não consuma.
Além do que consideraria justo e racional para teu vizinho, não consuma.

Para ler todo o artigo clique aqui.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Educação para o crime

Depois dos documentos do Wikileaks agora começam a aparecer os documentos apreendidos pela polícia carioca no Complexo do Alemão.
O mais intrigante de todos foi uma prova de matemática que os traficantes obrigavam os professores a aplicarem para os alunos.
Leia e chegue as sua próprias conclusões.


Nome do aluno:______________________________________________

Facção a qual pertence:_______________________________________


QUESTÕES

1.) Zarôio tem um fuzil AK-47 com carregador de 80 balas. Em cada rajada o Zarôio gasta 13 balas. Quantas rajadas poderá disparar até descarregar a arma?(1.0 Ponto)
R:

2.) Birosca comprou 10 gramas de cocaína pura que misturou com bicarbonato de sódio na proporção de 4 partes de pó para 6 de bicarbonato. A seguir vendeu 6 gramas desta mistura ao Cascudo por R$ 150,00 e 16 gramas ao Chinfra a R$40,00 cada grama. ENTÃO: (1.0 Ponto)

a) Quem é que comprou mais barato? Cascudo ou Chinfra?
b) Quantos gramas de mistura o Birosca preparou?
c) Quanto de cocaína contém essa mistura?
d) Qual é a taxa de diluição da mistura?
R:

3.) Rojão é cafetão na Praça Mauá e tem 3 prostitutas que trabalham para ele. Cada uma delas cobra R$ 35,00 ao cliente, dos quais R$ 20,00 são entregues ao Rojão. Quantos clientes terá que atender cada prostituta para poder comprar ao Rojão a sua dose diária de crack no valor de R$ 150,00? (1.0 Ponto)
R:

4.) Jamanta comprou 200 gramas de heroína que pretende revender com um lucro de 20% graças ao "batismo" da droga com giz. Qual é a quantidade de giz que ele terá que adicionar? (1.0 Ponto)
R:

5.) Chaveta recebe R$ 500,00 por cada BMW roubado, R$ 125,00 por carro japonês e R$ 250,00 por cada 4X4. Como já puxou 2 BMW e 3 4X4, quantos carros japoneses terá que roubar para receber o total de R$ 2.000,00?(1.0 Ponto)
R:

6.) Uma lata de spray dá para pichar uma superfície com 3 m2. Uma letra grande ocupa uma área de 0,4 m 2. Quantas letras grandes poderão ser pintadas com 3 latas de spray? (1.0 Ponto)
R:

8.) Durante uma rixa entre gangs, Maifrende disparou 145 balas com uma pistola 45 automática (de uso exclusivo das Forças Armadas) acertando 8 pessoas. Qual é o percentual da eficácia dos tiros do Maifrende? (1.0 Ponto)
R:

BOA PROVA!
FÉ EM DEUS!

OBS.: AÊ, MALUCO, QUEM COLAR VAI PRA VALA!

Hangar, o último sair apague a luz

O hangar deve milhões de energia elétrica para Celpa.
A conta vai ficar para o novo governo.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Umberto Eco: O contragolpe no Grande Irmão

Por Umberto Eco, no Libération

O caso WikiLeaks tem uma dupla leitura. Por um lado, revela-se um escândalo aparente, um escândalo que só escandaliza por causa da hipocrisia que rege as relações entre os Estados, os cidadãos e a Comunicação Social. Por outro, anuncia profundas alterações a nível internacional e prefigura um futuro dominado pela recessão.
Mas vamos por partes. O primeiro aspecto revelado pelo WikiLeaks é a confirmação do fato de cada processo constituído por um serviço secreto (de qualquer nação) ser composto exclusivamente por recortes de jornal.
As “extraordinárias” revelações norte-americanas sobre os hábitos sexuais de Berlusconi apenas relatam o que há meses se anda a ler em qualquer jornal (exceto naqueles de que Berlusconi é proprietário), e o perfil sinistramente caricatural de Kadhafi era já há muito tempo matéria para piadas dos artistas de palco.
A regra segundo a qual os processos secretos não devem ser compostos senão por notícias já conhecidas é essencial à dinâmica dos serviços secretos, e não apenas neste século. Se for a uma livraria consagrada a publicações esotéricas, verá que cada obra (sobre o Graal, o mistério de Rennes-le-Château, os Templários ou os Rosa-Cruz) repete exatamente o que já tinha sido escrito nas obras precedentes. E isso não apenas porque o autor de textos ocultos não gosta de fazer investigações inéditas (nem sabe onde procurar notícias sobre o inexistente), mas porque os que se dedicam ao ocultismo só acreditam naquilo que já sabem e que confirma o que já tinham aprendido.
É o mecanismo do sucesso de Dan Brown. E vale para os arquivos secretos. O informador é preguiçoso, e preguiçoso (ou de espírito limitado) é o chefe dos serviços secretos (caso contrário, podia ser, quem sabe, editor do Libération), que não reconhece como verdade a não ser aquilo que reconhece. As informações ultrassecretas sobre Berlusconi, que a embaixada norte-americana em Roma enviava ao Departamento de Estado, eram as mesmas que a Newsweek publicava na semana anterior.
Então porquê tanto barulho em torno das revelações destes processos? Por um lado, dizem o que qualquer pessoa informada já sabe, nomeadamente que as embaixadas, pelo menos desde o final da Segunda Guerra Mundial e desde que os chefes de Estado podem telefonar uns aos outros ou tomar um avião para se encontrarem para jantar, perderam a sua função diplomática e, à exceção de alguns pequenos exercícios de representação, transformaram-se em centros de espionagem. Qualquer espectador de filmes de investigação sabe isso perfeitamente e só por hipocrisia finge ignorar.
No entanto, o fato de ser exposto publicamente viola o dever de hipocrisia e serve para estragar a imagem da diplomacia norte-americana. Em segundo lugar, a ideia de que qualquer pirata informático possa captar os segredos mais secretos do país mais poderoso do mundo desfere um golpe não negligenciável no prestígio do Departamento de Estado. Assim, o escândalo põe tanto em cheque as vítimas como os “algozes”.
Mas vejamos a natureza profunda do que aconteceu. Outrora, no tempo de Orwell, podia-se conceber todo o poder como um Big Brother, que controlava cada gesto dos seus súbditos. A profecia orwelliana confirmou-se plenamente desde que, controlado cada movimento por telefone, cada transação efetuada, hotéis utilizados, autoestradas percorridas e assim por diante, o cidadão se foi tornando na vítima integral do olho do poder. Mas quando se demonstra, como acontece agora, que mesmo as catacumbas dos segredos do poder não escapam ao controle de um pirata informático, a relação de controle deixa de ser unidirecional e torna-se circular. O poder controla cada cidadão, mas cada cidadão, ou pelo menos um pirata informático – qual vingador do cidadão –, pode aceder a todos os segredos do poder.
Como se aguenta um poder que deixou de ter a possibilidade de conservar os seus próprios segredos? É verdade, já o dizia Georg Simmel, que um verdadeiro segredo é um segredo vazio (e um segredo vazio nunca poderá ser revelado); é igualmente verdade que saber tudo sobre o caráter de Berlusconi ou de Merkel é realmente um segredo vazio de segredo, porque releva do domínio público; mas revelar, como fez o WikiLeaks, que os segredos de Hillary Clinton são segredos vazios significa retirar-lhe qualquer poder. O WikiLeaks não fez dano nenhum a Sarkozy ou a Merkel, mas fez um dano enorme a Clinton e Obama.
Quais serão as consequências desta ferida infligida num poder muito poderoso? É evidente que, no futuro, os Estados não poderão ligar à Internet nenhuma informação confidencial – é o mesmo que publicá-la num cartaz colado na esquina da rua. Mas é também evidente que, com as tecnologias atuais, é vão esperar poder manter conversas confidenciais por telefone. Nada mais fácil do que descobrir se e quando um Chefe de Estado se desloca de avião ou contatou um dos seus colegas. Como poderão ser mantidas, no futuro, relações privadas e reservadas?
Sei perfeitamente que, no momento, a minha visão é um pouco de ficção científica e, por conseguinte, romanesca, mas vejo-me obrigado a imaginar agentes do governo a deslocar-se discretamente em diligências de itinerários incontroláveis, portadores de mensagens que têm de ser decoradas ou, no máximo, escondendo as raras informações escritas na sola de um sapato. As informações serão conservadas em cópia única, em gavetas fechadas à chave: afinal, a tentativa de espionagem do Watergate teve menos êxito do que o WikiLeaks.
Já tive ocasião de escrever que a tecnologia avança agora a passo de caranguejo, ou seja para trás. Um século depois de o telégrafo sem fios ter revolucionado as comunicações, a Internet restabeleceu um telégrafo com fios (telefônicos). As fitas de vídeo (analógicas) permitiram aos investigadores de cinema explorar um filme passo-a-passo, andando para trás e para diante, descobrindo todos os segredos da montagem; agora, os CD (digitais) permitem saltar de capítulo em capítulo, ou seja por macro porções. Com os trens de alta velocidade, vai-se de Roma a Milão em três horas, enquanto, de avião, com as deslocações que implica, é necessário três horas e meia. Não é, pois, descabido que a política e as técnicas de comunicação voltem ao tempo das carruagens.
Uma última observação. Antes, a imprensa tentava compreender o que se tramava no segredo das embaixadas. Atualmente, são as embaixadas que pedem informações confidenciais à imprensa.

Traduzido em PresseEurop, Portugal, disseminado pelo pessoal da Vila Vudu e adaptado para o português brasileiro pelo Viomundo

De que as virgens suécas acusam Assange?


Anna Ardin, aqui vista em sua carteira de universitária.

E Sofia Wilen acusam Assange de:
1) não ter telefonado no dia seguinte a ter desfrutado uma noite de amor;
2) ter-lhe pedido que pagasse o seu bilhete de ônibus;
3) ter feito sexo inseguro, e
4) participar em dois breves affairs numa semana.
No Vaticano esses seriam considerados pecados veniais.
Quem quiser saber mais detalhes sobre a biografia pregressa das moças click aqui.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

América do Sol da liberdade

A América do Sul de suas ditaduras tristes, sanguinárias e censuradoras agora, se tornou o continente da liberdade da transparência democrática.
No episódio Wikileaks, os EUA rasgaram a primeira emenda de sua constituição e estabeleceram a censura obrigando provedores como o Amazon a não mais hospedar a página. Depois, forçaram as empresas de cartão de crédito a não mais fazerem transferência de apoiadores para as contas da organização, no que foram seguidos por alguns países da velha Europa, outrora libertária.
Aqui na América do Sol da liberdade em raios fúlgidos,o Vice-presidente da Bolívia sustenta um provedor para abrigar um espelho do Wikileaks (provedor que reproduz tudo o conteúdo do original) e o presidente do Equador ofereceu asilo político a Assange.
Lula foi o primeiro líder mundial a prestar solidariedade ao criador da Wikileaks.
A geografia da democracia no mundo está mudando.
O mapa mundi virou de cabeça para baixo.
Como já dizia o Galileu na Galiléia : quem tiver olhos para ver, veja !

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Campanha antecipada para a Prefeitura de Belém

Arnaldo Jordy está sendo vítima de uma campanha injusta, isto porque, com o desempenho obtido na ultima eleição bateu todos os recordes e foi, na história, o federal mais votado em Belém.
Por isso tentam queimar seu filme.
Além de Jordy, são apontados como possíveis candidatos á prefeitura José Priante do PMDB, Edmilson Rodrigues do PSOL.
Ainda não se sabe quem será o candidato apoiado pela Coisa que está destruindo Belém.

Ciberespaço: A grande chuva de merda começou

Piratas do Ciberespaço invadiram o site dos Cartões Visa depois que a operadora congelou as doações para o Wikileaks.
Pelo Twitter anunciaram: Fogo, fogo !!! e publicaram a imagem abaixo no portal internacional da Visa.com.
Julian Assange anunciou que mais de 350 sites mundo a fora já espelharam o Wikileaks. Ou seja é uma guerra perdida para quem quer impor censura na Rede.
Grupos de Hackers já advertiram o Twitter por impedir que o debate sobre o Wikileaks apareça nos Trend topics, (o ranking que o microblog faz para indicar os assuntos mais comentados): 
"Twitter, você é o próximo por censurar a discussão #WikiLeaks. A grande chuva de merda começou".

Edilza Fontes ajuda a recuperar a memória do DCE da UFPA

A Profa. Edilza Fontes identificou em seu Blog os integrantes do Movimento estudantil que apoiavam Humberto Cunha na eleição de 1982.

Comentou Edilza:

O professor Flávio Nassar postou esta imagem em seu blog, e agora, no feriado, com mais tempo, vou fazer  que ele me pede, aliás o arquivo do professor Nassar, dos anos 80 na UFPA, é de primeira qualidade.
Sobre a identificação, vou tentar lembrar de todos.
Em cima, na primeira fileira, da esquerda para direita: 
Era o presidente do centro acadêmico de elétrica, o Coral, hoje ele é engenheiro da  ALBRAS e foi fundador da Associação dos trabalhadores da ALBRAS/ALUNORTE no inicio dos anos 90 - era da caminhando, Raul Meireles - estudante de Geologia, no ano da foto, era presidente do DCE e depois vereador do PT -  era da Caminhando, Epifanio - diretor do Centro Academico de Ciências Sociais, hoje é funcionário da Universidade de Tocantins, Jader Barbalho - candidato ao governo em 1982, Itair Silva - Advogado trabalhista e candidato ao senado no mesmo ano, pelo PMDB, Amaury Dantas - era diretor do DCE, não era da Caminhando, era da pastoral universitária, hoje é medico e professor do NPI, foi secretário de saúde no governo Edmilson, Edilza Fontes- tinha acabado de me forma na universidade em 1982 e tinha sido presidente do DCE eleita diretamente em 1981 .
Segunda fileira, da esquerda para direita:
Aroldo - Estudante de Medicina - era do diretor do Diretório de Medicina, Rômulo Paes de Souza - estudante de Medicina e hoje professor doutor da UFMG, foi o primeiro marido da governadora Ana Júlia e pai de seu filho Júlio Carepa (Rômulo é uma mente brilhante) - era da Caminhando, Walmir Bispo Santos - estudante de medicina, que depois trocou de curso e foi fazer História, foi presidente do DCE, presidente da UNE e hoje é diretor do Curro Velho - era da Caminhando, Sérgio Carneiro - Médico, foi presidente do DCE, foi presidente da UNE, Alexandrina Moreira - Jornalista, foi diretora do DCE e do Centro Acadêmico de Jornalismo - era da Caminhando.
Terceira fileira, da esquerda para direita:
Gerson Dumont - do centro Acadêmico de Ciências Sociais, hoje é funcionário da Câmara Municipal de Belém - era da Caminhando, Cícero Menezes - Geólogo, foi da CAEGEO e tesoureiro de DCE, hoje é funcionário público do DNPM. Cristina Serra - estudante de comunicação da UFPA, foi diretora do CACO e hoje é correspondente da Globo, Fernando Rassy - era estudante de Biologia, diretor do CABIO, hoje é ator e já foi diretor do Waldemar Henrique - era da Caminhando e por último Conceição Viana - estudante do curso de Serviço Social, era diretora do CASS, hoje é diretora de recursos humanos da SESPA - era da Caminhando.
Observe que quase todos estavam com a camisa de Itair Silva para o senado e só Raul Meireles estava com camisa de Humberto Cunha, que era o nosso candidato, da caminhando, à vereador de Belém. Não posso esquecer de dizer, Humberto Cunha era o nosso guru.  A Caminhando era uma tendência do movimento estudantil.
Esta é  a minha geração da UFPA, uma geração de militantes e sonhadores.



P.S: O meu arquivo sobre a História da UFPA, ao qual a Edilza se referiu, foi por ela utilizado para um primoroso trabalho que organizou por ocasião dos 50 anos da UFPA.
O arquivo continua à disposição de quem quiser digitaliza-lo.

Quem disse isso?

"A desordem e descaso, fazem desta cidade de Belém uma verdadeira Babilônia".
Será que foi um turista visitando a Belém Dududiana?
Será que foi um viajante de passagem pela Belém depois da queda da borracha?
Ou um morador da cidade no tempo de Landi?
Apesar de cair como uma luva à Belém atual, a frase é do Pe. Gabriel Malagrida missionário Jesuíta que viveu no Brasil de 1721 até 1754, em carta ao geral da ordem Pe. Tamburini.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Eu já fiz a minha parte ...

Faça a sua, apoie a organização que está ajudando o mundo ser mais transparente e democrático.
Visite o site WikiLeaks e doe, antes que os cartões de crédito suspendam as transferências como já fez o PayPal.

Belém participa do lançamento nacional do iPad

Há muito tempo a terrinha  não era incluía em um evento nacional. Desde o último dia 3 o iPad está disponível na Livraria Saraiva do Shopping Boulevard. Foram 50 equipamentos nas diversas configurações, os 25 na modalidade Wi-Fi + 3G já se esgotaram.
Acima um modelo conectado na página do WikiLeaks, o site democrático que vaza documentos secretos e que está atormentando a vida de muita gente.
Contradiçoes do sistema.
kkkkkkkkk

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Antônio José Lemos e a coisa

Há 100 anos, Antônio José Lemos era o prefeito de Belém.
Lemos era um mulato no sentido lato, maranhense veio para a capital Belém em busca de dias melhores, sua filiação política era conservadora, na época, à esquerda estavam os Lauristas, seguidores de Lauro Sodré.
Com visão estratégica projetou a infra-estrutura de Belém que sobreviveria até os anos 1960 e promoveu o embelezamento da cidade com praças e jardins, foi um agente da modernidade com todas as contradições que o termo implica. Implantou serviços de transporte público com bondes elétricos e a primeira usina de cremação de lixo da América Latina.
Foi derrubado por uma conspiração que envolveu seus antigos aliados e auto-exilou-se no Rio de Janeiro.
Esta coisa aí, veio do interior em busca de dias melhores, falsificou diploma de médico para enganar os mais pobres, fez do oportunismo sua estratégia para subir na política, nunca teve ideologia nem princípios.
Destruiu a infra-estrutura que Belém ainda tinha.
Quando estava ameaçado de não se reeleger, foi socorrido pelos antigos adversários com uma transfusão de asfalto.
Se considera um modernizador pois é sócio da especulação imobiliária que tornará impossível circular em Belém nos próximos anos. A cidade está tomada pela sujeira.
A Justiça ainda não consegui cassar o seu segundo mandato.
Quanta diferença !!!!

domingo, 5 de dezembro de 2010

Eu não disse ..... academia doente torce contra

Acompanhei pelo Jornal Nacional o primeiro dia da subida aos morros do Rio de Janeiro. As matérias eram desfavoráveis. Apenas duas opiniões favoráveis, a de um sociólogo e de uma antropóloga, além de uma moradora da Vila Cruzeiro.
No dia seguinte, com os resultado das pesquisas qualitativas, favoráveis à ação policial a emissora mudou totalmente a abordagem e passou, até a ser triunfalista. 
Aí, foi a vez dos urubólogos da academia se manifestarem. Um peso pesado, outro saindo dos cueiros.
O primeiro Luís Eduardo Soares, publicou no seu Blog o texto A crise no Rio e o pastiche midiático
O segundo, Gustavo Bianezzi publicou o artigo "Guerra'' ao tráfico no Rio segue fracasso da Guerra do Terror de Bush, que dão bem a noção do pensamento anêmico de alguns acadêmicos.
Ninguém está dizendo que o crime vai acabar, que o bem triunfará, que os maus arderão nas profundas do inferno.
Acho que é uma experiência transformadora e cidadã  se, neste período de alegria, os cariocas possam ver como poderia ser a sua vida longe da ditadura do crime organizado e daí, politicamente lutarem para consolidar estas conquistas e fazê-las avançar.
Mas academia acha que isso não é cientifico, nada de euforia, temos que viver sempre sob o jugo do baixo astral, que imaginam, próprio da condição humana. 
Também tem um que de oportunismo, quando surgir um problema grave, que poderá surgir, vaticinarão com o famoso: eu não disse que não ia dar certo!

Blogueiro assumiu a presidência do TRT

Na última sexta feira José Maria Quadros de Alencar, blogueiro e Desembargador Federal do Trabalho assumiu a presidência do Tribunal Regional do Trabalho da 8a. Região.
Parabéns, amigo e sucesso!
A blogosfera espera que as novas obrigações não o tirem de nosso ciber-convívio.

Wikileaks: vazando democracia pela Internet

Julian Assange, criador do site de vazamentos Wikileaks, não vai acabar com o Capitalismo, nem derrubar o Império Americano, mas esta contribuindo para fazer um mundo mais transparente e por tanto mais democrático. Está permitindo que o grande público conheça as entranhas das relacões internacionais e revelando as contradições da democracia americana. Pressionado pelo senado o provedor Amazon.com, deixou de hospedar o site, o que é um desrespeito frontal à Primeira Emenda da Constituição estadunidense que garante a liberdade de expressão.
O site agora esta hospedado na Suécia e na Suiça.
Vamos ver até quando?
Viste o site clicando aqui e contribua para mante-lo no ar.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Bonner corta os pulsos

O JN de hoje, 4 de dezembro, só deu noticia boa.
O Exército continua no Alemão.
Turistas paulistas visitam as favelas do Rio.
Sobram empregos em Sampa.
Infraero aumenta investimentos nos aeroportos brasileiros.
O boto cor-de-rosa tá com a vida garantida no Amazonas.
De ruim mesmo, só no Parazão velho de guerra, onde em Anapú esta tudo como dantes.
O Bonner, que tem prazer em dar notícias ruins, quando elas se referem ao Brasil, deve estar cortando os pulsos. 

Pós-Graduação Nova no Brasil: uma resposta a Naomar de Almeida

O prof. Marcos Palácios, uma competência que a UFPA perdeu, dá importante contribuição ao debate sobre o novo modelo do ensino universitário baseado no processo de Bolonha

Li com interesse o seu artigo, intitulado “Pós-Graduação Nova no Brasil”, publicado na Folha de São Paulo e reproduzido pelo Jornal da Ciência (12/11/2010- Vide abaixo). Estou no momento residindo em Portugal, em temporada como Professor Visitante na Universidade da Beira Interior (UBI), na cidade de Covilhã, desde Fevereiro deste ano. Durante este período, tive oportunidade de conviver com colegas
docentes e pesquisadores nesta Universidade - onde tive a melhor das acolhidas - e ministrar aulas para estudantes de Graduação (aqui Licenciatura), Mestrado e Doutorado.
Lamento, mas minha impressão do chamado Mestrado Integrado é a pior possível. Na prática, não se trata em absoluto de Pós-Graduação stricto sensu, como temos hoje no Brasil, mas de uma continuidade da Graduação, que foi encurtada aqui de quatro a cinco para três anos. Com isso, têm-se, na verdade e na
prática, uma Graduação de cinco anos e - como possível continuidade - o Doutorado. Em termos comparativos, os Mestrados Integrados seriam equiparáveis, quando muito, a nossos Cursos de Especialização lato-sensu; com carga horária maior, é verdade, porém resultados equivalentes.
Na minha avaliação as desvantagens do Modelo Integrado pós-Bolonha são muitas:
a) não se estabelece uma ruptura de níveis entre Graduação e Pós-Graduação, como ocorre em nosso caso, com um processo de seleção, preparação de um projeto de pesquisa como condição de acesso à Pós, elementos geradores da consciência ou pelo menos 'sensação' de que se transitou para uma situação nova: a de pós-Graduando. Com o modelo Bolonha, nada disso acontece. Os estudantes são quase que automaticamente “promovidos” ao Mestrado Integrado e continuam a agir e atuar academicamente como os de Licenciatura, com a percepção de que estão apenas dando seguimento a dois anos mais dos estudos, no mesmo ritmo e espírito com que estiveram cursando os três anos anteriores, na Licenciatura. Ritos de Passagem continuam sendo importantes, especialmente em ambientes altamente simbólicos, como o Universitário;
b) nosso modelo de Mestrado oferece uma via de preparação inicial de pesquisador (Mestrado Acadêmico), que tem por meta a culminação de sua formação científica básica e o início de sua efetiva contribuição ao Conhecimento no estágio do Doutorado; por outro lado, o Mestrado Profissionalizante oferece uma opção para aqueles que desejam uma continuidade de estudos, com vistas ao mercado de trabalho não-acadêmico. Com o modelo Bolonha, esta diferenciação entre Acadêmico/Profissionalizante na prática deixa de existir nos Mestrados Integrados, com todos os mestrandos fazendo um pouco de tudo, sem uma diferenciação clara para os que pretendem seguir caminhos mais marcadamente acadêmicos. Resultado: dissertações de Mestrado que deixam muito a desejar e, principalmente, candidatos doutorais muito mais fracos e com menos experiência de uma real Pós-Graduação de cunho acadêmico. Aliás, antecipo problemas quando chegarem aos Programas de Pós-Graduação brasileiros, para reconhecimento e revalidação, os diplomas obtidos na maioria dos cursos de Mestrado Integrado europeus pós-Bolonha. Poderão, em alguns casos, obter reconhecimento como Mestrados Profissionalizantes, mas dificilmente como Mestrados Acadêmicos;
c) para completar, Bolonha reduziu o Doutorado de quatro para três anos. Paradoxalmente, os estudantes chegam ao Doutorado menos preparados do que na situação pré-Bolonha e têm um prazo menor para concluir essa etapa, quando de fato necessitariam de mais tempo, para garantir a consolidação do que não foi devidamente sedimentado no Mestrado. Um Doutorado de três anos é mais viável no modelo brasileiro, que garante uma formação prévia mais sólida via Mestrado Acadêmico, do que no modelo Bolonha.
Em suma, o quadro pós-Bolonha não me parece fornecer um panorama muito promissor, menos ainda
uma situação a ser tomada como paradigma e emulada. Acredito que temos no Brasil um sistema
consistente de pós-Graduação por mérito, que consumiu anos de aprimoramento, com implantação de
processos sérios de avaliação pela CAPES, montagem de programas de incentivos a projetos de
cooperação nacional e internacional, criação dos mais variados tipos de bolsas e apoios, envolvimento da
comunidade de pesquisadores no estabelecimento dos padrões de avaliação e - insisto - com clara
demarcação entre etapas distintas de formação Graduação/Pós-Graduação. Essa clivagem e os Ritos de
Passagem que a acompanham não são desvantagens nem anacronismos, mas pontos a nosso favor.
Temos poucas vagas na Pós-Graduação? O acesso é demasiadamente restritivo? Ampliemos o número
de vagas, criemos mais cursos de Pós-Graduação.Tornar a Pós-Graduação mais "democrática" através de
sua dissolução em um banho ácido de Graduação não me parece, em absoluto, uma solução, mas pode representar o abandono de conquistas fundamentais, pelas quais temos trabalhado e lutado ao longo das três últimas décadas em nosso país.

Marcos Palácios
Professor Titular
Faculdade de Comunicação
Universidade Federal da Bahia

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Para quem gosta de ler

A Penguin Books é uma editora inglesa especializada em livros de bolso de baixo custo, eles agora estão no Brasil.
Na FNAC da Paulista, em São Paulo, uma campanha bem humorada apresenta a novidade.